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4 de Maio de 2024

Procuro Minha Família inaugura banco de dados online

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Por César Guerra Chevrand,do Núcleo Intranet

Em oito anos de trabalho, a equipe do programa Procuro Minha Família atendeu 3.500 casos e promoveu o reencontro de cerca de 600 jovens com seus parentes. Agora, o serviço pioneiro e gratuito da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), vinculada à Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, inaugura uma nova fase em sua história com a criação de um banco de dados online no endereço www.fia.rj.gov.br/pmf/.

Desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj), o banco de dados reúne características sobre todas as crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos cadastradas no programa. É possível pesquisar por nome, data de nascimento, sexo, idade presumível e cor da pelé, olhos e cabelo.

O objetivo da Secretaria de Assistência Social é usar a rede mundial de computadores para ampliar a atuação do programa e garantir o direito fundamental de todo ser humano de conhecer sua história de vida e seus parentes consangüíneos.

- O programa foi implantado na FIA em 2000, de acordo com as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente . Nós recebemos solicitações dos Juizados da Infância, da Juventude e do Idoso, além de demandas espontâneas. Queremos avançar para atender a todas as crianças sem referencial de família em instituições e situações de abandono no Estado do Rio de Janeiro - afirma Zildênia Gomes, gerente do Procuro Minha Família .

A primeira etapa do banco de dados foi concluída em outubro com o cadastro na web de todos os inscritos no programa. Além de permitir a consulta, a Fundação para a Infância e Adolescência também oferecerá, em um segundo momento, o cadastro online de crianças e adolescentes que procuram suas famílias. A partir das informações obtidas, uma equipe especializada realiza um estudo de caso e aciona a rede de parceiros para a ampla divulgação dos dados disponíveis.

- O reencontro é o momento sublime, mas depois de localizar os parentes consangüíneos, nós trabalhamos para estreitar a relação da criança com sua família. Devido ao tempo de afastamento, a perda do vínculo afetivo pode ser muito significativa para ambos. Todos têm que participar e nem sempre é uma reconstrução fácil - explica Zildênia.

Um mesmo sorriso

Daniel Felipe Raimundo foi atendido pelo Procuro Minha Família , a partir de uma solicitação de sua guardiã, Nair Helena de Paula e Silva. Encontrado abandonado em um orfanato, o menino conseguiu um novo lar e uma nova família, mas nunca desistiu de encontrar seus verdadeiros pais. Em respeito à vontade do filho adotivo, dona Nair contatou a FIA, que disponibilizou a foto de Daniel na mídia e localizou seus genitores, em 2007.

- Eu não tinha o direito de impedir que o Daniel conhecesse seus pais verdadeiros. É a vida dele que estava em jogo. Daniel conheceu primeiro o pai e depois a mãe. Foi um momento de muito choro e muita alegria. A partir daquele dia, eu gostaria que eles participassem da vida do Daniel e a gente se transformasse em uma só família - lembra, emocionada, dona Nair.

A paternidade foi confirmada por um exame de DNA gratuito realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), parceira da FIA. Um ano depois do grande encontro, Daniel está reconstruindo os laços com o pai e a mãe biológicos, sem abrir mão da convivência com dona Nair, a quem carinhosamente até hoje chama de mãe. Quem viveu a solidão de um orfanato conhece como ninguém o valor de uma família.

- Quando vi o sorriso do meu pai parecia que eu estava me vendo no espelho. Quero ter um futuro para mim, construir uma família e cuidar muito bem do filho que eu ainda vou ter - diz Daniel, que, aos 19 anos, sonha em completar os estudos e se tornar bombeiro.

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