Quantas são as mulheres negras na magistratura?
A resposta é: não se sabe. Ajufe diz que houve omissão relevante em último censo e pede que CNJ levante o dado
Quantas magistradas negras existem no Brasil? Onde elas estão alocadas? Para responder a estas perguntas, a Associação de Juízes Federal do Brasil (Ajufe) enviou um pedido de providências ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na última terça-feira (10/4). A associação busca justamente entender como as mulheres negras estão representadas — mais precisamente sub-representadas — na magistratura.
Segundo a Ajufe, o Censo do Poder Judiciário, cuja última realização data de 2014, tem “omissão relevante relativa à representatividade das juízas mulheres negras”, que precisa ser sanada.
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“O conhecimento e divulgação dos dados referentes às mulheres negras que integram a magistratura é condição necessária para que se conheça o perfil do Poder Judiciário na integralidade, considerando todos os critérios de relevo social, na esteira do que ocorre nos levantamentos estatísticos de institutos públicos e privados nacionais e internacionais, e se proponham políticas públicas que o aperfeiçoem e ampliem sua legitimidade democrática”, diz o documento.
A entidade também pediu que o CNJ inclua no novo questionário sobre o “Perfil Sociodemográfico dos Magistrados Brasileiros”, que começou a ser enviado a magistrados na semana passada, perguntas e resultados sobre os dados de mulheres negras no Poder Judiciário.