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15 de Maio de 2024

Saiba o que o menino Sean Goldman diz sobre o caso Sean

Publicado por Consultor Jurídico
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O menino Sean Goldman, de nove anos, cuja guarda é disputada pelo pai biológico, o americano David Goldman, e pelo padrasto brasileiro, João Paulo Lins e Silva, foi ouvido nessa segunda-feira (15/6) no Setor de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. A responsável por entrevistar o garoto, a pedido da família brasileira, foi a professora Terezinha Feres Carneiro, especialista em terapia familiar.

O depoimento de Sean foi transcrito por um tabelião público e entregue em juízo para fazer parte dos autos. A entrevista foi acompanhada também pelo desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça do Rio, e por membros da família brasileira.

No depoimento, Sean diz que quer ficar no Brasil, quando a especialista pergunta se ele quer falar sobre essa história de ficar no Brasil ou ir para os Estados Unidos. O menino, que tem apenas nove anos, diz que quer respeito, que se sente desrespeitado pelo pai David Goldman e que este finge sofrimento. Vale lembrar que o menino mora no país com sua família brasileira há mais de quatro anos e que esta não tem muita afinidade com David.

Em entrevista ao programa Good morning, America, da rede ABC, David Goldman disse que Sean está sendo treinado para esquecer o pai. Segundo David, a informação veio de análise feita pela Justiça brasileira.

Sean nasceu nos Estados Unidos e morou naquele país até 2004, quando, aos quatro anos, foi trazido ao Brasil pela mãe, Bruna Bianchi. No Brasil, Bruna obteve a guarda de Sean, pediu o divórcio e casou-se novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva. No ano passado, ela morreu de complicações no parto da segunda filha. Lins e Silva, então, passou a ser o tutor de Sean e a travar na Justiça, juntamente com a família de Bruna, uma disputa pela guarda do menino. O caso começou na Justiça Estadual do Rio e depois passou para a competência Federal.

Leia o depoimento de Sean

Entrevista com SRG 15.06.2009

Local: Santa Casa da Misericórdia Ambulatório Psiquiátrico Jorge Alberto Rio de Janeiro. Professora: Terezinha Carneiro

Terezinha Carneiro Então Sean, nós estamos vendo que estamos sendo filmados, não é? Porque vai ser importante tudo isso que a gente disser aqui. Eu trabalho lá na PUC atendendo famílias e crianças nas famílias e lá também grava as sessões pra depois a gente entender melhor o que aconteceu, não perder nada da sessão. Por isso que eles estão gravando.

Sean Goldman Mas eles escutam?

TC Eles escutam. Ah...eles escutam aqui, isso aqui é um microfone e aí do lado de lá eles estão nos vendo, nós não tamo (sic) vendo eles e esse microfone passa o som pra lá. Lá na universidade quando estou atendendo as famílias com os aluno eu às vezes levo as famílias lá atrás do espelho pra ver quem tá observando, explico porque que a gente tá gravando porque aí depois que eu faço isso, todo mundo se desliga do microfone, da câmera, já ficou sabendo o que que é, tá? Então, meu nome é Terezinha, eu sou uma especialista em atendimento de famílias. Família com criança, família com bebê, família com adolescente, família com adulto saindo de casa, famílias em geral que me procuram elas tem alguns problemas, por isso que elas procuram. Minha profissão é psicóloga, terapeuta de família. Então, as pessoas por que procuram psicólogo? Porque eles tão (sic) com alguns probleminhas que sozinhas às vezes elas não conseguem resolver. Tá? Então, nesse nosso encontro, nessa nossa sessão, eu queria que você me pudesse falar naturalmente, com toda a liberdade tudo que está passando pela sua cabecinha. O importante aqui hoje é a gente saber como é que você pensa, o que é que você sente, o que que você quer. Eu sei que você tá vivendo um momento de probleminhas, um momento difícil na sua família e eu queria que você começasse Sean, me falando sobre a sua família. Qual é a sua família, como ela é formada, como ela é constituída, a sua família?

SG Humm, não entendi a pergunta.

TC Não? É assim, às vezes eu peço para as pessoas desenharem a família.

SG Ah, tá!

TC Você prefere desenhar a sua família ou me falar?

SG acenou com a cabeça positivamente)

TC Então tá bem, você vai desenhar pra mim a sua família e depois nós vamos falar do seu desenho. Você prefere com lápis colorido ou lápis preto?

SG Colorido.

TC Colorido. Então pronto, desenha pra mim sua família. Todos os membros da sua família, inclusive você.

SG Não tem cor de pelé?

TC Cor de pelé? Qual que você acha que é cor de pelé?

SG A mais parecida é o vermelha

TC Tá bem. Ah, desculpe

SG Não. Vou fazer o rosto assim branco com o contorno preto.

TC Você pode fazer do jeito que você quiser, mas depois você vai me falar sobre essas pessoas todas, tá bem?

(Pausa de 58 segundos)

SG Eu não sou dos melhores

TC Desenhistas? Mas não tem importância, o desenho a gente tá usando Sean, só como uma maneira da gente conversar, da gente se comunicar. Você não precisa ser um desenhista, tá? É só pra gente falar um pouco nesse início sobre a sua família.

(Pausa de 15 segundos)

SG Hum, fiz coisa errada aqui

TC Ah, não tem importância. Depois você me explica o que que você fez de errado

SRG Ah, dá para fazer como uma boca

TC Tá bem.

(Pausa de 40 segundos)

TC Uhum

(Pausa de 90 segundos)

SG Dá pra fingir assim como se fosse uma boca?

TC Tá bem, tá legal, depois você me explica. Acaba de desenhar pra gente conversar um pouquinho sobre o desenho. Tá bem?

SG Uhum.

TC A gente tem várias coisinhas pra conversar. Aí depois do desenho a gente vai conversar. Vai botar cabelo em todo mundo?

(Pausa de 40 segundos)

SG Hum, esqueci

TC E quem são essas pessoas? Fala pra mim

SG Mas eu ainda não terminei

TC Ah, então termina. (Pausa de 15 segundos) Tem que botar todos os membros da tua família

SRG Então vou precisar de outra...(mostra a folha de papel)

TC Será? Não, acho que vai caber, tem essa parte de cima. Bom, vamos tentar botar todo mundo na mesma folha. (Pausa de 19 segundos) Tá faltando alguém?SG: Tá faltando os outros dois avós

TC Tá bem. Então vamos lá

SG E a minha irmã

TC Então, v...

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