Supermercado é condenado a pagar R$ 30 mil por acusar funcionária de roubo e depois demiti-la, em Anápolis
Em ação trabalhista, mulher disse que gerente ameaçou chamar a polícia se ela não assumisse o roubo de R$ 50 do caixa. Empresa não conseguiu provar a falta do dinheiro nem a culpa da funcionária.
Um supermercado de Anápolis foi condenado a pagar R$ 30 mil de indenização para uma ex-funcionária da empresa, que trabalhava como operadora de caixa. Na ação trabalhista, a mulher disse que o gerente ameaçou chamar a polícia se ela não assumisse o roubo de R$ 50 do caixa.
A empresa alegou que ela "pegou" dinheiro ao deixar de registrar a venda de uma garrafa de vinho, mas não conseguiu provar a culpa da mulher no processo.
O g1 não conseguiu contato com o supermercado para se manifestar sobre a sentença até a última atualização desta reportagem.
"No áudio, consta explicita ameaça de que seria chamada a polícia e que a trabalhadora seria encaminhada à delegacia caso não confessasse que pegou R$ 50 no caixa", escreveu a juíza Alciane Margarida de Carvalho.
A sentença é de 17 de junho deste ano. A mulher alegou no processo que a ameaça foi embasada numa suposta filmagem que mostrava a vítima não registrando um produto no caixa e "pegando" o valor de R$ 50. O vídeo, porém, não foi apresentado nos autos.
"Não pegou? Então vamos ligar aí e chamar a polícia e fazer aqui agora, liga no 190 aí que nós chama a polícia. Eu tenho você pegando os R$ 50" , teria dito o gerente.
"Tratava-se de falácia para que a reclamante fizesse uma suposta confissão de furto, ao que, no momento, era atribuído como se “roubo” fosse", afirmou a magistrada.
Além da indenização por danos morais, a magistrada determinou o pagamento de todas as verbas trabalhistas proporcionais ao 13º salário, aviso prévio, férias e FGTS.