Ultimato para Feliciano deixar Comissão de Direitos Humanos - Diário de Pernambuco (Política)
Presidente da Câmara exigiu do PSC, partido do pastor, uma solução para a saída do deputado da função
Diante da crescente pressão pela renúncia do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) do comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deu ontem um ultimato ao comando do PSC: ele quer uma solução para o impasse até a próxima terça-feira. Existe um consenso de que a situação do pastor é insustentável, mas o partido ainda busca uma solução que minimize os danos e os desgastes causados pelo caso. Ontem, representantes do PSC evitaram falar sobre Feliciano, mas nos bastidores alguns ameaçam até mesmo deixar a legenda, caso o comando da sigla não encerre logo a polêmica.
Nos últimos dias, os gabinetes dos parlamentares do PSC foram bombardeados por e-mails e ligações de eleitores contrários à manutenção de Feliciano. O endereço eletrônico de um dos deputados chegou a contabilizar 20 mil mensagens por dia e mais de 50 telefonemas, alguns até da França.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, reafirmou ontem que o tema é uma de suas prioridades. Em meio a esforços para ampliar uma agenda positiva para a sua gestão, ele está insatisfeito com a repercussão extremamente negativa gerada pela presença de Feliciano. Eu posso assegurar que esta Casa vai encontrar uma decisão a curtíssimo prazo. A Comissão de Direitos Humanos, pela sua importância, não pode ficar nesse impasse, justificou o presidente.
Henrique Alves argumentou que a presença do pastor atrapalha o trabalho da Câmara. Virou um clima de radicalização que esta Casa não pode aceitar. Temos que primar pelo equilíbrio, pela serenidade, pela objetividade, pelo trabalho parlamentar. E do jeito que está, a situação se tornou insustentável, concluiu o presidente da Câmara dos Deputados.
Nos últimos dias, os gabinetes dos parlamentares do PSC foram bombardeados por e-mails e ligações de eleitores contrários à manutenção de Feliciano. O endereço eletrônico de um dos deputados chegou a contabilizar 20 mil mensagens por dia e mais de 50 telefonemas, alguns até da França.
Caso Feliciano renuncie, ainda não há consenso sobre o que será feito. O PSC deve indicar outro parlamentar com perfil menos polêmico para o cargo. A vice-presidente da comissão, deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), é alvo de uma ação do Ministério Público Eleitoral por compra de votos. Ela foi absolvida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre, mas o MPE recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão. O Ministério Público tenta mostrar que as interceptações realizadas pela Polícia Federal durante as investigações não são ilegais. Na última quarta-feira, o Ministério Público Federal no Acre entrou com ação de improbidade administrativa contra a deputada Antônia Lúcia e contra o marido dela, o deputado federal Silas Câmara (PSD-AM). Segundo a denúncia, eles teriam usado um celular funcional da Câmara para fazer campanha eleitoral. (Do Correio Braziliense)