Villaverde e Carrion estranham demissão do diretor do Memorial RS
Os deputados Adão Villaverde (PT) e Raul Carrion (PCdoB) se manifestaram na tribuna,na sessão plenária desta terça-feira (23), sobre a notícia demissão do historiador Voltaire Schilling da direção do Memorial do Rio Grande do Sul publicada na coluna Página 10 do jornal Zero Hora de hoje. O deputado Carrion estranhou as circunstâncias da demissão de intelectual de "tamanho gabarito".
Villaverde se disse surpreso com a postura incorreta do Executivo, que não dignifica a tradição política no RS, levantando suspeição sobre conduta de Schilling que teria sido demitido pela secretária estadual de Cultura, Mônica Leal, em um episódio conturbado - que aguarda desfecho definitivo com o posicionamento da governadora do Estado - por fazer viagens com dinheiro público em proveito próprio . "O Executivo gaúcho precisa fazer um reparo acerca da acusação de desvio de conduta, que macula a trajetória do professor. Todos que o conhecem sabe que esta é transparente e está acima de qualquer suspeita", disse.
Villaverde ainda ressaltou as significativas realizações da direção do Memorial do Rio Grande do Sul durante a gestão de Voltaire Schilling (2005-2010). Destacando as sólidas qualidades intelectuais, o notório saber cultural e a extrema competência profissional de Voltaire Schilling que tem reconhecimento nacional no meio acadêmico, Villaverde disse que o maior objetivo do gestor foi transformar o Memorial RS "num centro de cultura consolidando um espaço aberto às mais diversas manifestações da sociedade porto alegrense com cursos, palestras, encontros musicais, solenidades e recepções".
Villaverde distinguiu, entre as principais ações de Schilling, as edições políticas de Cadernos de História (70 números, com 100 mil exemplares distribuídos gratuitamente) e das Revistas de História (quatro números, num total de 8 mil exemplares gratuitos), que contaram com a colaboração de ilustres historiadores e intelectuais como Sérgio da Costa Franco, Moacyr Flores, Antonio Augusto Fagundes, Claudio Calovi e Gunther Weimar,entre outros.
Villaverde salientou, também, a importância das exposições do Memorial que trataram de temas como O abolicionismo , Colônia do Sacramento , Santos Dumont , França no Brasil , Garibaldi e a luta pela unificação italiana , Almirante Tamandaré , General Osório , Porto Alegre positivista e “Porto Alegre, ontem e hoje .
O deputado assinalou que o Memorial gaúcho tem sido a única instituição cultural a promover cursos sobre cultura gaúcha contando com nomes expressivos do mundo acadêmico e intelectual local (como Luis Augusto Fischer, Juarez Fonseca, Günter Axl, Gervásio Neves e Flavio Khun) e distribuídos em temas como arquitetura, música popular, história política, missões jesuíticas, cultura afro-gaúcha, economia e geografia do RS. "E para alcançar toda esta produção de conhecimento e divulgação da cultura, o Memorial só dispõe de apoio financeiro do Banrisul e apenas eventualmente recebe um ou outro recurso do aluguel das suas instalações, para recepções ou filmagens publicitárias", anotou Villaverde.