Você acha mesmo que o PT está morto? Think again!
(o que - não - aprendemos com o Mensalão)
Existe uma sensação disseminada na Nova Direita Brasileira, entre liberais e conservadores, de que o Partido dos Trabalhadores está morto, que seria uma espécie de zumbi, um walker (da série The Walking Dead) do cenário político brasileiro.
Não pode existir análise mais equivocada. Entre os anos de 2.005 e 2.006, por conta da crise do Mensalão[1] havia – na classe política – sentimento análogo. Não valeria a pena o esforço para promover o impeachment de Lula, pois o mesmo (e também o PT) “sangrariam politicamente”; sim, foram essas as palavras àquela época, de FHC.
Bem, o PT sangrou um pouco, mas não morreu. Como uma espécie de hidra, monstro mitológico que quando tem uma cabeça cortada surgem outras, o PT ficou mais forte, reelegeu Lula, elegeu e reelegeu Dilma, Haddad na Prefeitura de São Paulo, Pimentel no Governo do Estado de Minas Gerais, dentre outros.
Com efeito, se foi um monumental erro de análise política acreditar em 2005/2006 que o PT estava morto, sinto informar, o erro é maior – mas muito maior – agora. Como alguém em sã consciência pode falar que está liquidado o partido político que tem a maior bancada da Câmara dos Deputados[2] está sepultado. Sério! Isso é uma análise política rasteira! Bem, meus caros amigos/leitores, não acreditem no que Paulo Antonio Papini escreve hoje, mas acreditem no que ele escreveu em 8 de setembro de 2.005 no Revista Eletrônica Última Instância:
“O grau de instrução que deve ter o presidente da República
(...)
Impeachment já – a posição do PSDB
De todos os fatos trazidos a tona nestas tumultuosas semanas de CPMI, dois fatos já seriam suficientes para propor o impeachment do presidente da República (...)
Num país minimamente sério, apenas esses fatos seriam bastantes para o impeachment do presidente, lembrando-se que Collor caiu por uma Elba (...)
Voltando a Lula, elementos há mais do que suficientes para a abertura de um processo formal de impeachment, contudo o que se verifica, principalmente por parte da bancada do PSDB é que não há vontade política de demover Lula. O plano é mais ou menos o seguinte: deixar Lula e o PT afundarem no lodaçal criado (por eles próprios, diga-se de passagem), para que, em 2.006, o PSDB fature a presidência da República com pouquíssimo esforço.
Se entendermos bem o que está acontecendo, verificaremos que a preocupação do PSDB não é com o futuro do país em si, mas, sobretudo com a eleição de 2.006.”
[1] Que culminou com a Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal e a prisão, dentre outros, de José Dirceu (Ministro da Casa Civil do governo Lula).
[2] https://g1.globo.com/política/eleicoes/2018/eleicao-em-numeros/noticia/2018/10/08/pt-perde-deputados...