TJ-MT - Apelação: APL XXXXX20088110094 154903/2013
APELAÇÃOCRIMINAL - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - CRIME AMBIENTAL - ARTIGOS 54 , 48 , AMBOS DA LEI 9.605 /98 - IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA EM RELAÇÃO AO DELITO PREVISTO NO ART. 54 , CAPUT - PRETENDIDA DESCONSTITUIÇÃO DO DECISUM - ALEGADA TIPICIDADE DA CONDUTA - INOCORRÊNCIA -FATO TÍPICO QUE EXIGE COMPROVAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS -IMPRESCESTDIBILIDADE DE LAUDO PERICIAL A DETERMINAR A EXTENSÃO DO NÍVEL DE POLUIÇÃO - INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA NOS AUTOS - IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO - FATO OCORRIDO NO ANO DE 2005 - DECISÃO MANTIDA - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA - DELITO DO ART. 48 - ALEGAÇÃO DE QUE SE TRATA DE CRIME PERMANENTE - TESE NÃO ACOLHIDA - CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES -RECURSO DESPROVIDO. Para configuração do crime do art. 54 da Lei nº 9.605 /98 não basta comprovação de utilização de fogo, sem autorização do órgão ambiental competente. Necessária prova de que a poluição se deu em nível elevado e que por tal motivo, tenha causado danos e mortandade da fauna e flora do local, como descrito na denúncia. In casuy a ausência de laudo pericial e a impossibilidade de realiza-lo conduzem à atipicidade da conduta. O delito previsto no art. 48 da lei de crimes ambientais constitui crime instantâneo de efeitos permanentes, de modo que a sua consumação dá-se de imediato, embora seus efeitos protraiam-se no tempo, independentemente da vontade do agente. Assim, mantém-se a decisão recorrida, que reconheceu a prescrição da pretensão punitiva estatal quanto ao referido delito, ocorrido no ano de 2005. (Ap XXXXX/2013, DES. RUI RAMOS RIBEIRO, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 21/10/2014, Publicado no DJE 28/10/2014)