TJ-MG - Apelação Criminal: APR XXXXX20208130431 Monte Carmelo
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES DE USO PERMITIDO. REGISTROS VENCIDOS. ATIPICIDADE DA CONDUTA. DISPARO DE ARMA DE FOGO. MATERIALIDADE E AUTORIA INCONTROVERSAS. CONDENAÇÃO MANTIDA. DOSIMETRIA. ALTERAÇÃO DA PENA-BASE. DESCABIMENTO. REPRIMENDA FIXADA EM PATAMAR JUSTO E PROPORCIONAL. RECONHECIMENTO DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. VIABILIDADE. REDUÇÃO DA PENA DE MULTA. NECESSIDADE. PROPORCIONALIDADE COM A PENA CORPORAL. - Se as armas de fogo apreendidas ostentam registro em nome do acusado, ainda que vencido, sua conduta não caracteriza ilícito penal. Precedentes do STJ - Comprovadas a materialidade e autoria delitiva, sobretudo pela confissão do acusado e pelos depoimentos dos policiais em juízo, a manutenção da condenação é medida de rigor - Descabidas a redução ou aumento da pena-base quando a sanção provisória estabelecida na sentença mostra-se justa e proporcional, sopesando, de forma adequada, todas as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal - Necessária a revisão da pena de multa aplicada na sentença para que guarde proporcionalidade com a pena privativa de liberdade. V.V. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - REGISTRO DE ARMA VENCIDO - CONDUTA TÍPICA. O crime de posse irregular de arma de fogo exige para a sua caracterização que a posse da arma esteja em desacordo com determinação legal ou regulamentar, o que permite afirmar que a desobediência às normas insculpidas nos Decretos n. 9.845 /19 e 9.847 /19 (determinação regulamentar) é suficiente para configurar o crime previsto no art. 12 da Lei 10.826 /03.