TJ-SC - Apelação Cível: AC XXXXX Joinville XXXXX-1
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECONVENÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. DETECÇÃO DE FRAUDE NO MEDIDOR DE CONSUMO. ADOÇÃO DE PROCEDIMENTO CÔNSONO COM A RESOLUÇÃO N. 456/2000 DA ANEEL (ART. 72), ASSEGURADOS O CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DÉBITO EXIGÍVEL. INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DO SERVIÇO. EXEGESE DO ART. 90 DA REFERIDA RESOLUÇÃO DA ANEEL E DO ART. 6º , § 3º DA LEI DE CONCESSOES (N. 8.987/95). DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. FALTA DE PROVA DA DATA EM QUE ADULTERADO O MEDIDOR. DIREITO DA EMPRESA CONCESSIONÁRIA ADSTRITO, PORÉM, À REVISÃO DAS 12 (DOZE) PARCELAS ANTERIORES À CONSTATAÇÃO DA FRAUDE. PRECEDENTES. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. Constatada fraude no medidor de consumo de energia elétrica, em processo administrativo permeado pela garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa, o débito defluente das diferenças, nos termos do art. 72 da Resolução n. 456/00 da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica deve ser pago pelo consumidor, entretanto, na senda de precedentes desta Câmara, inexistindo prova da data em que se deu a fraude, soa razoável que esse débito fique adstrito aos 12 (doze) meses anteriores à sua detecção. Ademais, na hipótese dos autos mostrou-se possível a suspensão do fornecimento de energia elétrica, na senda do disposto no art. 90 da antes citada Resolução da Aneel e no art. 6º , § 3º da Lei n. 8.987 /95, restando, assim, incogitável a ocorrência de dano moral.