PRESTAÇÃO DE CONTAS. CANDIDATO. SUPLENTE. DEPUTADO ESTADUAL. ARRECADAÇÃO E DISPÊNDIO DE RECURSOS. ELEIÇÕES 2022. PRELIMINAR ACOLHIDA. NOVOS DOCUMENTOS, DE SIMPLES APRECIAÇÃO, JUNTADOS COM O RECURSO. POSSIBILIDADE. ART. 266 , CAPUT , DO CÓDIGO ELEITORAL . MÉRITO. RECEBIMENTO DE DOAÇÃO DE FONTE VEDADA. EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ORGANIZAÇÃO DO FINANCIAMENTO COLETIVO DE CAMPANHA, AUTORIZADA PELO TSE, INTERMEDIADA POR INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTOS. POSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO RECENTE DESTE TRIBUNAL. APORTE DE RECURSOS DE ORIGEM NÃO IDENTIFICADA. COMPROVADA A ASSUNÇÃO DA DÍVIDA PELO ÓRGÃO PARTIDÁRIO. FALHAS AFASTADAS. APROVAÇÃO. 1. Prestação de contas de candidato, eleito suplente ao cargo de deputado estadual, referente à arrecadação e ao dispêndio de recursos de campanha nas eleições de 2022. Falhas atinentes ao recebimento de doação de fonte vedada, em contrariedade ao disposto no art. 24, §§ 2º e 3º, da Resolução TSE n 23.607/19, e à presença de indícios de omissão de gastos eleitorais, sem observar a norma posta no art. 53, inc. I, al. g, da Resolução TSE n. 23.607/19. 2. Preliminar acolhida. Juntada de novos documentos com o recurso. Este Tribunal, com base no art. 266 , caput , do Código Eleitoral , tem se posicionado pelo recebimento de novos documentos com as razões de recurso, quando sua simples leitura mostra capacidade de influir positivamente no exame das contas, sem necessidade de diligências complementares. 3. Assentada por esta Corte, recentemente, a possibilidade de empresa contratada para atuar como entidade arrecadadora de recursos para a campanha, pessoa jurídica de direito privado, devidamente registrada no TSE, responsável pela operacionalização do financiamento coletivo (Lei n. 9.504 /97, art. 23 , § 4º , inc. IV ), que, por questões técnicas, repassa a instituição de pagamentos a incumbência de disponibilizar, na conta de campanha do candidato, os recursos amealhados, de modo que tal recebimento não caracteriza a vedação imposta pelo art. 31, inc. I, da Resolução TSE n. 23.607/19. Ademais, as doações arrecadadas foram individualizadas na prestação de contas, conforme determina o art. 22, inc. II, da Resolução TSE n. 23.607/19, detalhando o nome e CPF do doador, data e valor da doação. Recolhimento do valor impugnado ao erário já efetuado pelo prestador. Afastada a falha assinalada. 4. Aporte de recursos de origem não identificada. Emissão de documento fiscal, por fornecedor, contra o CNPJ da campanha, sem o correspondente registro na prestação de contas. Juntados aos autos, ainda que somente depois de exarado o parecer conclusivo, o acordo de pagamento e declaração de anuência do credor e a autorização do órgão nacional para assunção da dívida pelo órgão partidário da respectiva circunscrição, com cronograma de pagamento e indicação dos recursos a serem utilizados para o adimplemento do débito, atendendo, assim, aos requisitos estabelecidos pelo art. 33, § 3º, incs. I, II e III, e § 4º, da Resolução TSE n. 23.607/19. Sanada a falta apontada. 5. Aprovação.