Advogada goiana faz petição em versos e juiz defere pedido para alongar prazo em Ação de Execução.
Advogada usa poesia para sensibilizar coração de Juiz Após várias tentativas negadas em um processo, a advogada Andreia Bacellar, sócia do Escritório Araujo e Bacellar Advogados Associados, conseguiu tocar o coração de um juiz goiano, ao fazer petição em versos, conseguindo assim, alongar o prazo de uma ação. Bacellar adiantou que, normalmente, as petições encaminhadas à Justiça por advogados são compostas de termos jurídicos, obedecendo regras da profissão. “É por meio dessa peça processual que são apresentados os pedidos aos magistrados”, disse. Então, deduzimos que texto jurídico em forma de poesia na mesa de qualquer juiz poderia ser interpretado como ofensivo. No entanto, Bacellar decidiu inovar e conseguiu levar um pouco de ternura e poesia ao Judiciário. E deu certo. Nos estudos linguísticos, o filósofo russo Mikhail Bakhtin diz que a poesia, no âmbito da polifonia, representa a pluralidade e multiplicidade de vozes presentes nos textos, que, por sua vez, estão fundamentados em outros textos. O gênero lírico é presença marcante em qualquer ambiente e entendemos que para o texto não há limites, considerando sua intencionalidade. Neste caso, o juiz Rozemberg Vilela da Fonseca, do Juizado Especial Cível de Formosa, deferiu o pedido proposto, provando que o ‘lirismo’ está presente e pode ser usado em qualquer ambiente técnico. Andreia Bacellar é exemplo de quebra de paradigmas de que é possível inovar textos jurídicos e acabar com uso desnecessário do juridiquês.