“A gente vai contra a corrente até não poder resistir […] A roda da saia, a mulata, não quer mais rodar, não senhor, não posso fazer serenata, a roda de samba acabou, a gente toma a iniciativa, viola na rua, a cantar, mas eis que chega a roda-viva e carrega a viola para lá”. – Chico Buarque, Roda Viva A intervenção militar no Rio não é combate à violência. Se a violência fosse a justificativa para tanto, teria acontecido quando o massacre na periferia começou, muitos anos antes. Na favela todo dia é estado de emergência. Tem tiro, bala perdida, assalto, assassinato, tráfico (aquele que é divulgado, porque o que não o é, imaginemos onde se encontra). Tem criança morrendo por ir comprar bola de gude correndo, tem carro alvejado porque os passageiros eram negros, tem tortura porque alguém “correu” assustado com a bala zunindo para todos os lados e na favela “quem corre é suspeito” e foi alvo de flagrante. No entanto, quando a violência vivida pela periferia todos os dias desce do morro e mostra