Estamos em um país que é o cúmulo do absurdo
O fato de ter 16 anos ou qualquer problema pessoal ou familiar deve ser desculpa para agressões e prejudicar terceiros?
Professora é agredida por aluna após chamar atenção sobre uniforme no PI
TERESINA - A professora Marilena Silva, diretora da escola Firmina Sobreira, na zona norte de Teresina, foi agredida a socos, puxões de cabelo e pontapés por uma aluna de apenas 16 anos na manhã desta quarta-feira, 6, no pátio da unidade de ensino. O fato aconteceu após a diretora chamar a atenção de alguns estudantes que estavam sem o uniforme completo.
Um vídeo com as imagens da agressão passou a circular nas redes sociais, mostrando também xingamentos trocados entre a professora e a aluna.
"Eu não impedi que ela fizesse prova, pelo contrário, permiti que ela entrasse para fazer a prova, já que era final de período, não queria que ninguém fosse prejudicado", afirmou ao Estado a professora. "Mas disse que a partir do dia seguinte eu não iria aceitar que ninguém entrasse sem fardamento. Aí, ela se irritou e me agrediu daquela forma."
De acordo com a conselheira do 1º Conselho Tutelar de Teresina Lucileide Magalhães, a aluna é diagnosticada com transtorno depressivo e faz uso de medicação controlada.
A professora reclama de omissão do Conselho. "O Conselho Tutelar firmou no relatório que ela deveria cumprir as regras (da escola), mas ela não cumpria", disse. "Ela não assistia a aula, ficava nos corredores, porque dizia que a medicação não a deixava assistir a aula."
"A minha tristeza foi porque o Conselho Tutelar disse que ia acompanhar, com psicólogos, com tudo, mas a deixou lá e ontem aconteceu esse episódio", lamentou Marilena.
Marilena informou que a aluna já havia estudado na unidade em 2015, quando foi transferida de outra escola por ter sido vítima de agressão praticada por colegas.
"Ela estudou lá em 2015 e foi reprovada, pois não tinha conseguido se adaptar. Quando ela foi reprovada, eu mandei chamar a mãe e expliquei a situação, que seria interessante procurar outra escola e acompanhar mais de perto", explicou.
A diretora contou ainda que em 2016 a jovem frequentou uma escola da rede privada e, em agosto deste ano, a Firmina Sobreira recebeu uma intimação do Conselho Tutelar para que a adolescente fosse readmitida.
Atividades escolares
A conselheira informou que na tarde desta quinta-feira, 7, o conselho se reuniu com a Gerência Regional de Educação, a família da estudante e psicólogos para discutir as providências a serem tomadas após o incidente.
"O foco dessa primeira reunião foi sobre a situação da adolescente, no aspecto escolar, após o ocorrido. Ficou decidido que ela vai retomar as atividades escolares dela na Gerência de Educação, para concluir o seu ano letivo", explicou Lucileide.
A conselheira informou ainda que, de acordo com a família da jovem, ela teve muitas faltas durante o ano letivo por passar por tratamento de saúde.