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17 de Maio de 2024

Mortes na Arena Corinthians - A Segurança do Trabalho foi deixada de lado

Sequencia de mortes - Mais um trabalhador perde a vida em estádio da Copa

Publicado por Medicina do Trabalho
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Revista Proteção - Maio/2014

O operário Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, morreu após cair de uma altura de pelo menos 8 metros, enquanto realizava montagem das arquibancadas provisórias da Arena Corinthians, em São Paulo/SP. O acidente ocorreu em 29 de março, 4 meses após outros 2 outros trabalhadores perderem a vida no mesmo canteiro de obras.

Cruz era funcionário da WDS Engenharia que prestava serviço para a Ambev – companhia que custeou a construção das arquibancadas provisórias.

Em 31 de março, a montagem das estruturas foi interditada por auditores fiscais do TEM. Eles constataram a necessidade de medidas de segurança para os trabalhadores no local.

“Consideramos os procedimentos e os sistemas não tão adequados. Inclusive em relação aos EPIs”

Auditor Fiscal da SRTE / SP – Noé Dias Azevedo

Embora os trabalhadores dispusessem de cintos de segurança para o trabalho em altura, por exemplo, a distribuição dos cabos-guia não era satisfatória, limitando a mobilidade dos operários que instalavam placas de madeira nas arquibancadas.

O MPT publicou, no início de abril, nota esclarecendo que acompanha todas as etapas da construção do estádio, ressaltando que encontraram em andamento quatro inquéritos civis públicos instaurados em decorrência das irregularidades trabalhistas constatadas no canteiro de obras.

“Desde o início da construção até a presente data, foram realizadas várias inspeções pelos procuradores do trabalho e técnicos em segurança do trabalho do MPT, que tomaram medidas urgentes, inclusive solicitando órgãos competentes o imediato embargo das obras até prova de adequação do ambiente às normas de segurança”, informou o texto.

As obras nas arquibancadas foram liberadas após a adoção das medidas determinadas pelo TEM. Para a superintendência da SRTE/SP, Luiz Antônio Medeiros, o acidente poderia ter sido evitado com a adoção de medidas de proteção coletiva.

“Não basta adotar EPI, tem que ter proteção coletiva. Foi isso que exigimos no Itaquerão. Agora a empresa instalou redes de proteção, plataformas móveis embaixo das arquibancadas – que se encontram há 13 ou 15 metros de altura”, disse Medeiros.

Além destas adequações, a Fast Engenharia ampliou o comprimento dos cabos longitudinais e se comprometeu em manter um técnico de segurança por andar – até o término das arquibancadas- para acompanhar os trabalhos.

Por meio de nota oficial, a empresa afirmou que, desde o início da construção como em todas as suas obras, possui sistemas de proteção coletiva e individual que cumprem as regulamentações vigentes e que as soluções requisitadas e implantadas devem-se à abertura total da empresa em colaborar com a SRTE.

Até o final desta edição, as causas do acidente não foram confirmadas.

O auditor fiscal Noé Dias Azevedo citou que a investigação a respeito vem sendo conduzida com base nos requisitos da NR 35 (Trabalho em Altura). Portanto são verificados pontos como capacitação do funcionário, análises de riscos, procedimentos, exame médico atestando que o operário estava apto para trabalho em altura.

“É um trabalho de alto risco, então você precisa ter uma permissão especial do médico” reforçou Azevedo.

Segundo relato de familiares, Fábio Hamilton da Cruz não possuía o treinamento adequado para as atividades que desenvolvia.

Leia a reportagem completa na revista Proteção de maio/2014

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