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2 de Maio de 2024

Patrícia Lelis x Pr. Marco Feliciano - "Síndrome de Biel"

A intencionalidade por detrás dos fatos alegados por uma jovem aprendiz de lobista

Publicado por Rafael J Dias
há 8 anos
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(Artigo originalmente publicado no blog Jovem Protestante)

Nos últimos dias nos deparamos com mais um escândalo na mídia. A jovem Patrícia Lélis, estudante de direito, de 22 anos, acusa o Pastor e deputado Marco Feliciano de estupro, bem como o assessor Talma Bauer, de sequestro, cárcere privado e ameaça.

Há quatro meses, mais ou menos, presenciamos na mídia o caso da jornalista, de 21 anos de idade, que, com base no diálogo de uma entrevista, acusou o MC Biel de tê-la assediado. O diálogo divulgado naquele caso é conclusivo, o rapaz exagerou mesmo no modo em que se dirigiu à jornalista e chegou a pedir desculpas públicas em razão do ocorrido. O resultado daquele episódio foi a decadência da carreira do MC, que o rapaz está lutando com seus empresários para reerguer e redimir sua imagem.

Já no presente caso, muito provavelmente impressionada com o caso de MC Biel, Patrícia Lélis buscava a decadência da imagem política do Pr. Marco Feliciano. Chamamos a isso, no presente artigo, de "Síndrome de Biel", pois o comportamento de Patrícia é resultado reflexo de um caso que deu alta evidência na mídia, porém estava amparado por áudios da própria entrevista, gravada pela jovem jornalista, e resultaram na confissão e pedido de desculpas do MC.

Patrícia Lélis se apresentou ao deputado como sendo uma militante evangélica do Partido Social Cristão - PSC, sigla de Feliciano, mencionando ser uma pessoa interessada em defender os ideais evangélicos e à ideologia de Direita.

Conforme imagens de tela do aplicativo "Whatsapp" (verificar no site Gospel Prime), a moça tentou chegar a Feliciano por meio da influência que mencionou manter com assessores, políticos, pastores e outras pessoas afetas ao deputado.

No decorrer da primeira conversa, ela buscou a abertura emocional de Feliciano contando sua história de vida, dizendo ter sido abusada na adolescência, de modo que Feliciano a tratou como trataria qualquer outra jovem da igreja, dispondo sua ajuda em orações, e, a pedido da moça, recomendando a psicóloga Marisa Lobo para um eventual tratamento. Após esse diálogo emocional, Patrícia ofereceu seus serviços de influência entre os jovens do partido e o deputado respondeu já manter uma assistente junto à juventude do partido, e encerrou sua participação na conversa.

No dia seguinte a jovem, não satisfeita, entra novamente em contato com o deputado pelo aplicativo, buscando uma nova abertura emocional de Feliciano, dizendo-se interessada em um jovem que chama "Tiago do PSC", e que por aqueles dias teria discutido com o pastor do rapaz em razão de tê-la afastado de Tiago.

Na sequência a jovem iniciou o envio de fotos pessoais, muitas delas íntimas para o pastor Marco, que pediu para a jovem respeitar o pastor do rapaz, e vendo que a moça estava lhe mandando fotos íntimas imediatamente a repreendeu dizendo não estar gostando do rumo da conversa, momento em que Patrícia, em tom de deboche, chamou os homens do PSC de arredios, mencionando que Tiago não fala mais com ela e que uma pessoa chamada Edu teria tentado prendê-la.

Nesse ponto as animosidades iniciaram, o pastor Marco Feliciano entrou em contato com Tiago para conhecer quem seria essa moça Patrícia Lélis, quando descobriu por Tiago que a jovem era obsessiva como uma pessoa louca, que não parava de ligar para o rapaz, chegando a encaminhar um e-mail em nome do pastor Silas Malafaia recomendando que Tiago a namorasse.

Dentre outras coisas que Patrícia teria falado para o jovem Tiago, teria dito ser amiga da filha do deputado. Os fatos mencionados por Tiago, acerca da conduta de Patrícia, eram tão absurdos que o deputado encerrou a conversa com um "adeus".

A ameaça da jovem surgiu como o despertar para um novo pesadelo, primeiramente tentou negar todos esses fatos ditos por Tiago ao pastor, mas sem obter resposta do deputado, demonstrou quem realmente ela é: "Sabe? Vcs desse partido de m* não prestam mesmo... Daniel Lemos, gustavo, Tiago, Edu [...] Bom já que não fala comigo por aqui, darei um jeito de chamar sua atenção... Vocês vão se arrepender klkkk". Fecham-se as cortinas, fim do primeiro ato.

Depois desses fatos, Patrícia Lélis resolveu ingressar na campanha para destruir Marco Feliciano, por ter encerrado sua carreira iniciante no Lobby do Planalto Central.

A jovem aprendiz de lobista ao ver sua carreira, mal iniciada, descer pelo ralo, pensando não ter nada a perder iniciou o arco "Lélis x Feliciano", que como vemos não é muito bem desenvolvido, por ter inúmeras falhas de roteiro.

A cronologia dos fatos está divulgada no G1 - São Paulo (clique para ler), a acusação que a jovme imputa à Feliciano é amplamente genérica, sem mencionar horário, detalhes da cena do crime ou outros elementos que tragam confiança, em suma, a jovem menciona (por áudio de conversa) que:

"Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que ‘tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo. Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: 'Feliciano, a minha boca ficou roxa'. Ele ri e diz: 'Passa um batom por cima'. Eu tenho todas essas provas."

As falhas desse relato são evidentes: (1) Não descreve como é o local do fato, não há elementos que comprovem que ela conhece a casa do deputado; (2) Ela se disse influente no meio da juventude e se tivesse reunião ela com certeza saberia; (3) Não menciona quais são as "coisas" que o acusado teria feito à força; (4) Ela diz ter sido agredida e que teria entrado voluntariamente em contato com o agressor para comunicar o hematoma da agressão.

Diversas são as falhas da comunicação do crime. Patrícia poderia ter chamado vizinhos, falado com porteiros, zeladores ou outras pessoas no local do suposto fato, mas incrivelmente ninguém teria visto. Por infortúnio o prédio de mais de 30 andares, na hora do ocorrido, estaria, segundo a versão da jovem, completamente vazio.

As acusações contra Talma Bauer também não foram frutíferas. Como se sabe, um chefe de gabinete e assessores diretos são pessoas que devem fazer o máximo para preservar a imagem de um político de escândalos, ainda que não sejam verdade, devem evitá-los.

Talma Bauer se encontrou com Patrícia diversas vezes para tentar acalmá-la, e tudo o que ela pediu foi que tentassem restabelecer sua influência no partido e seu contato com Tiago. Bauer prometeu em diálogo gravado que iria restabelecer sua influência e conversar com Tiago, mas Patrícia, ainda assim, não se deu por satisfeita.

Em seguida o quadro mudou para São Paulo, onde câmeras do hall de entrada de um hotel da capital filmaram os contatos entre o chefe de gabinete, a jovem, e um amigo da moça, que, pelo que parecia, estavam todos em negociações para que Patrícia não fizesse o escândalo. Em momento nenhum se vê no vídeo ameaças, apresentação de armas, ou circunstâncias indicativas de sequestro ou cárcere privado.

No atual quadro da investigação houve uma reviravolta, a Polícia Civil de São Paulo ouviu o gerente do hotel, tendo inclusive a informação de que Bauer teria pagado a conta e estavam em clima amigável. Patrícia teria ido ao shopping, comprado maquiagem e andado livremente pelos arredores. Com base em todas as informações o delegado Luiz Roberto Hellmeister descartou a hipótese de que o chefe de gabinete Talma Bauer teria mantido a jornalista como refém.

Há indícios que Patrícia Lélis teria exigido dinheiro em troca de seu silêncio, mas foi "defraudada" pelos amigos que a ajudavam e teria tido uma discussão com eles (seus comparsas), que teriam divulgado os áudios na internet, áudios que trouxeram todo o caso à tona no início de agosto.

As contradições de Lélis e a incongruência dos fatos apresentados por ela às autoridades, contudo, podem fazer com que de acusadora ela passe a ser investigada pela polícia pelos crimes de extorsão e falsa comunicação de crime, que é a próxima fase da condução do caso pelo Delegado de Polícia que está investigando o caso em São Paulo.

Portanto, a "Síndrome de Biel" pode acabar se tornando uma situação muito séria na mídia nacional. Não é porque o caso do MC Biel terminou em sucesso para a jovem jornalista que se viu amparada pela população que repreendeu a conduta do MC (inclusive este que escreve o presente artigo) que qualquer outra mulher pode usar o caso de exemplo, com fatos completamente improváveis, para tentar destruir a carreira e a imagem de alguém em evidência, como é o caso do Pr. Marco Feliciano.

No sistema penal acusatório, que é o sistema adotado no Brasil, quem acusa deve estar coberto de fundamentos que demonstrem a veracidade da acusação, sob pena de responder por falsa comunicação de crime (denunciação caluniosa - art. 339, do Código Penal), que é crime de ação penal pública, ou seja, o Ministério Público deverá buscar a punição de tal pessoa na Justiça, pois a mesma se utilizou dos órgãos de investigação policial, gastando tempo e dinheiro público, para perseguir uma causa completamente falsa, sem falar da Responsabilidade Civil (dano moral e material) que pode decorrer de uma conduta desse feitio.

Vamos lutar contra a "Síndrome de Biel", para que apenas causas justas e verdadeiras cheguem até a Justiça. Que esta seja a primeira e a última vez que vemos uma situação triste como esta.

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