TJ-PE - Mandado de Segurança: MS XXXXX PE
INTEGRAM O OBJETO DA AÇÃO EM QUE FOI EXARADA A DECISÃO HOSTILIZADA. CARÁTER EXTRA PETITA. SEGURANÇA CONCEDIDA. À UNANIMIDADE DE VOTOS. I - E cabível o manejo de mandado segurança contra decisão judicial prejudicial a terceiro, não estando o terceiro condicionado a interpor recurso ou qualquer outro procedimento prévio. A vedação da utilização do mandado de segurança como sucedâneo recursal está destinada apenas às partes, não aos terceiros. Tal entendimento é o adotado pelo Superior Tribunal de Justiça, o qual editou a Súmula 2021 sobre a matéria. II - A questão posta nos autos cinge-se à possibilidade ou não de bloqueio e conseqüente proibição de alienação que se impôs sobre os bens do impetrante - casas nº 5, nº 5-A e nº 5-B, situada na Rua Joaquim Nabuco, na cidade de Gravatá-PE, e a casa nº 35, situada na rua João Paulino de Carvalho na cidade de Gravatá-PE, bens estes que não são objeto da ação reivindicatória em que foi proferida a determinação de bloqueio. A ordem judicial apontada como ilegal pelo impetrante foi proferida no bojo de ação reivindicatória movida por Paulo José Coelho Alves e Roberto Salomão Coelho contra Alzira Coelho Alves, na qual os autores reivindicam a posse do imóvel nº 29 sito à rua João Paulino de Carvalho, cuja área teria sido usurpada por construção realizada no imóvel nº 13 da rua Joaquim Nabuco, este pertencente à Ré e limítrofe com o imóvel dos autores. III - O bloqueio apenas deveria incidir sobre os bens alvo do litígio e não sobre todos os bens imóveis que, em tempos remotos (1988), fizeram parte do espólio. Portanto, o magistrado foi além do pedido pelos autores, deferindo a tutela antecipada em caráter extra petita, o que afronta a norma consagrada no art. 128 do CPC . Segurança concedida, à unanimidade de votos.