PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO Gabinete do Desembargador Josué Antônio Fonseca de Sena 4ª Câmara de Direito Público Agravo de Instrumento XXXXX-97.2021.8.17.9000 Agravante: ESTADO DE PERNAMBUCO Agravado: MUNICÍPIO DE PAULISTA/PE Relator: DESEMBARGADOR JOSUÉ ANTÔNIO FONSECA DE SENA EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. REQUISITOS LEGAIS. ART. 300 DO CPC . SERVIÇOS FUNERÁRIOS. ADMINISTRAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CEMITÉRIO PÚBLICO. ATRIBUIÇÃO DO ENTE MUNICIPAL. ART. 30 , INC. V DA CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA . ADI XXXXX/RJ . CEMITÉRIO ADMINISTRADO PELO ESTADO HÁ MAIS DE QUARENTA ANOS. TRANSFERÊNCIA QUE REQUER PRÉVIA ADEQUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA/FINANCEIRA E REDISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS. ÔNUS QUE NÃO PODE SER REPASSADO EM SEDE DE MEDIDA DE URGÊNCIA. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO, À UNANIMIDADE. 1. Cinge-se a presente controvérsia acerca da presença, ou não, de urgência na transferência, ao Município de Paulista, da gestão do Cemitério São Lázaro, localizado naquele município e administrado pelo Estado de Pernambuco há cerca de quarenta anos, diante do entendimento firmado pelo STF nos autos da ADI nº 1221/RJ e da previsão do art. 30 , V , da CF/88 , os quais estabelecem que os serviços funerários são de competência municipal. 2. Em que pese a plausibilidade do direito, não restou evidenciado nos autos a presença de urgência que autorize a transferência, ainda em sede de cognição sumária, da gestão do Cemitério São Lázaro, mormente quando a transferência em questão exige o devido planejamento, demandando análise de questões orçamentárias e preparação adequada, sob o risco de haver grave impacto na gestão financeira municipal e o próprio fornecimento do serviço aos seus usuários. 3. Com efeito, esses elementos demandam instrução probatória, incompatível com o juízo de cognição sumária, a qual fornecerá elementos ao magistrado sentenciante a fim de melhor decidir como essa transferência deverá ocorrer, sem haver, ou então de forma mínima, dano ao interesse público municipal. 4. Agravo de Instrumento desprovido, à unanimidade. ACÓRDÃO– Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento XXXXX-97.2021.8.17.9000, em que figuram como partes as acima indicadas, acordam os Desembargadores que compõem a 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco, à unanimidade de votos, emNEGAR PROVIMENTOao recurso, nos termos do voto do Relator. Recife, data da assinatura eletrônica. Desembargador JOSUÉ ANTÔNIO FONSECA DE SENA Relator (30)