REMESSA NECESSÁRIA – OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL – MATO GROSSO SAÚDE – INÉPCIA DA INICIAL E IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – FATOS, FUNDAMENTOS E PROVAS CLARAMENTE APONTADOS E PEDIDOS POSSÍVEIS – PRELIMINARES REJEITADAS – MÉRITO – RECUSA AO FORNECIMENTO DE INSTRUMENTO CIRÚRGICO – SOLICITAÇÃO MÉDICA COMO IMPRESCINDÍVEL AO PROCEDIMENTO – SUPORTE LEGAL PARA A RECUSA – INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR – PREVALÊNCIA – DANOS MORAIS – INACOLHIMENTO – DESCABIMENTO DA REFORMATIO IN PEJUS – SENTENÇA RATIFICADA INTEGRALMENTE. 1. Verificando-se que a petição inicial preenche os requisitos indispensáveis de indicação do fato, da sua fundamentação e das provas de sua ocorrência (art. 282 , III e VI, CPC ), permitindo ao autor lançar mão dos pedidos cominatório e reparatório, ambos juridicamente possíveis, não merece reforma a sentença que rejeitou as preliminares suscitadas nesse sentido. 2. O Código de Defesa do Consumidor deve ser aplicado nas relações contratuais com planos de saúde, à luz da Súmula 469 do STJ, a fim de proteger o consumidor de cláusulas abusivas e de interpretá-las de maneira mais favorável a este, de modo que a solicitação médica de instrumento cirúrgico, considerado imprescindível para a realização da cirurgia, deve prevalecer diante da recusa no seu fornecimento, mesmo que sob amparo técnico e legal. 3. Não tendo sido acolhido o pedido de indenização por danos morais e por se tratar apenas de reexame necessário, deve ser mantida a sentença sob o fundamento do descabimento da reforma in pejus contra a Fazenda Pública, nos termos da Súmula 45 do Superior Tribunal de Justiça. 4. Sentença integralmente ratificada. (ReeNec XXXXX/2016, DR. JONES GATTASS DIAS, PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO, Julgado em 08/05/2017, Publicado no DJE 22/05/2017)