TJ-DF - 20130310018233 DF XXXXX-22.2013.8.07.0003
PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR. FALSIFICAÇÃO DE CARTÃO. FATO PRATICADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI N. 12.737 /2012. NORMA ADITIVA EXPLICATIVA DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DA ÉPOCA. TIPICIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE. RECURSO DA ACUSAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1. A Lei n. 12.737 /2012 incluiu parágrafo único ao art. 298 do Código Penal , explicitando a equiparação do cartão de crédito ou de débito a documento particular, para os fins de tipificar a conduta de falsificação de documento particular. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, desde antes da entrada em vigor da Lei n. 12.737 /2012, ao interpretar o crime de falso, conferia o status de documento particular aos cartões bancários, reconhecendo a tipicidade da denominada "clonagem" de cartões de crédito e débito, por incursão nas penas descritas no art. 298 do Código Penal . 3. A Lei n. 12.737 /2012 possui natureza interpretativa e teve o condão de apenas explicitar o entendimento jurisprudencial da época, ao esclarecer que cartão de crédito e débito é considerado documento particular. Inexistiu ruptura conceitual capaz de considerar típica a conduta de falsificar cartões bancários apenas depois da edição da lei aditiva. Precedentes do STJ. 4. O art. 29 do Código Penal estabelece que quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 5. Demonstrado que o acusado concorreu para a prática da falsificação de documento particular, a condenação é medida que se impõe. 6. Recurso do MPDFT conhecido e provido.