TRF-1 - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO (AGA): AGA XXXXX20104010000
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM EXECUÇÃO FISCAL. PROCESSO EXTINTO COM FUNDAMENTO NA SÚMULA VINCULANTE 8 DO STF. APLICÁVEL À HIPÓTESE DOS AUTOS, TAMBÉM, A SÚMULA 314 DO STJ. HIPÓTESE LEGALMENTE PREVISTA PARA O DESARQUIVAMENTO E PROSSEGUIMENTO DO FEITO (LEI 6.830/1983, ART. 40, § 3º). INOCORRÊNCIA. APELAÇÃO NÃO RECEBIDA. MEDIDA PROCESSUAL ADEQUADA. VALOR DA CAUSA SUPERIOR A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS. REMESSA DOS AUTOS, PARA O REEXAME NECESSÁRIO, DETERMINADA DE OFÍCIO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei N. 1.569 /1977 e os artigos 45 e 46 da Lei N. 8.212 /1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário" (Súmula Vinculante 8 do STF). 2. "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente" (Súmula 314 do STJ). 3. "Passados cinco anos do arquivamento da ação executiva, impõe-se a declaração da prescrição intercorrente, nos termos do art. 40 , § 4º , da Lei 6.830 /80. Os requerimentos de bloqueios de bens, negativamente respondidos, não têm o condão de suspender ou interromper o prazo prescricional. Antes, comprovam que a exequente não logrou êxito no seu mister de localizar bens penhoráveis do devedor" ( REsp XXXXX/MG , STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, unânime, DJe 10/05/2012). 4. A decisão do relator, que negou seguimento ao agravo de instrumento, explicita que "o recebimento da apelação, no caso em análise, encontra óbice no art. 518, § 1º /CPC , porquanto a sentença está fundamentada na Súmula 8 /STF, que estabelece o prazo prescricional de cinco anos para os tributos de natureza tributária, e na Súmula 314 /STJ, que dispõe: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente. A alegação da agravante de que há conflito entre a Súmula Vinculante n. 8 e a coisa julgada - objetivando prevalecer esta última - diverge do disposto no art. 103-A , caput, da Constituição Federal e do entendimento do próprio STF, que já decidiu que a aplicação dos efeitos dos enunciados vinculantes ocorrem imediatamente após a publicação da súmula e deve ser acompanhada pelos demais Tribunais. Precedente: STF, Rcl 7358 , Relatora: Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, publicação em 03/06/2011". 5. Estando a sentença recorrida em conformidade com a Súmula 314 do STJ e também com a Súmula Vinculante 8 do STF, não merece acolhimento a alegação da agravante de que "não há absoluta congruência com súmula invocada para justificar o não recebimento do recurso". 6. A decisão do relator deve ser mantida por seus próprios fundamentos, por ter sido proferida em sintonia com jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça e neste Regional ( CPC/1973 , art. 557 , caput), estando o inconformismo da agravante fundamentado apenas em argumentos desacompanhados de elementos de convicção capazes de possibilitar a reconsideração pretendida. 7. Deve ser ressalvada, contudo, a obrigatoriedade do envio dos autos ao Tribunal, para o reexame necessário da sentença, uma vez que o valor da causa, R$ 97.219,01 (noventa e sete mil, duzentos e dezenove reais e um centavo), atualizado até 04/05/1998, era superior àquele definido no art. 475 , § 2º , do CPC/1973 . 8. Agravo regimental não provido. Determinado, de ofício, o envio dos autos principais em razão da remessa oficial da sentença.