TRF-1 - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO (AGA): AGA XXXXX20124010000
TRIBUTÁRIO - PROCESSUAL CIVIL - VALOR DA CAUSA - FIXAÇÃO POR ESTIMATIVA DA PARTE CONTRÁRIA - INCOMPATIBILIDADE - ÔNUS DA PARTE EM COMPROVAR A EXATIDÃO DO VALOR QUE ENTENDE DEVIDO. OPÇÃO DO ESTADO-JUIZ POR VALOR EXTRAÍDO DA DOCUMENTAÇÃO EXISTENTE NOS AUTOS, RECHAÇANDO O QUANTUM IRRISÓRIO APRESENTADO PELA EMPRESA AUTORA E O QUANTITATIVO "ARBITRADO" PELA FN. 1. "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou-se no sentido de que o valor da causa deve ser fixado de acordo com o conteúdo econômico, regra aplicável inclusive a mandados de segurança". (in REsp. 573.134/SC , Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, Unânime, DJ de 08/02/2007, p. 310). 2. O valor da causa deve corresponder ao benefício econômico pretendido com a demanda, ainda que declaratória. (in AGARESP XXXXX, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA 18/12/2012). 3. Na hipótese, a parte autora apresentou um valor à causa mínimo (1% do valor da DSI), que é, indiscutivelmente, irrisório. Mas indica também, com documentos, o valor da própria DSI: R$ 27.016.000,00, como alternativa. 4. "Constitui ônus da parte que impugna o valor da causa comprovar a exatidão do quantum que entende devido, de modo que o mero inconformismo não representa fundamento suficiente para infirmar as conclusões do acórdão recorrido". (in AARESP XXXXX, ARNALDO ESTEVES LIMA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:26/11/2012). 5. Para fins de valor da causa, não pode prevalecer, igualmente, a estimativa da parte contrária (arbitramento). Tal tese pertence, na verdade, ao mérito da lide, que será examinado por ocasião do decreto sentencial. 6. O sistema processual brasileiro, por cautela, exige a prestação de caução para a empresa estrangeira litigar no Brasil, se não dispuser de bens suficientes para suportar os ônus de eventual sucumbência (art. 835 do CPC ). Na verdade, é uma espécie de fiança processual para "não tornar melhor a sorte dos que demandam no Brasil, residindo fora, ou dele retirando-se, pendente a lide", pois, se tal não se estabelecesse, o autor, nessa condições, perdendo a ação, estaria incólume aos prejuízos causados ao demandado. ( REsp XXXXX/DF , Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 25/09/2012, DJe 19/10/2012 e REsp XXXXX/ES , Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/06/2011, DJe 14/06/2011). Daí, o agravo de instrumento interposto pela empresa restou provido, apenas em parte. 7. Agravo Regimental não provido