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16 de Maio de 2024
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    Dono da mala preta para pagar Vedoin foi tesoureiro do PT no MT

    Publicado por Expresso da Notícia
    há 18 anos

    As informações divulgadas pela Polícia Federal nas últimas horas revelam a existência de mais uma "rede de intrigas" movida à base de dossiês. Segundo a Polícia Federal, o homem preso em São Paulo com uma mala contendo R$ 1,715 milhão em dinheiro vivo é Valdebran Padilha. Ele foi tesoureiro da campanha do Partido dos Trabalhadores à Prefeitura de Cuiabá, muito ligado a outro petista, Alexandre César, hoje candidato a deputado estadual. Valdebran teria sido encarregado de entregar o dinheiro para Luiz Antônio Vedoin ( foto ), sócio da Planan.

    Já o dinheiro vivo encontrado dentro da mala, destinado ao pagamento do material para tentar acusar candidatos tucanos de ligação com a "máfia dos sanguessugas", teria vindo de um representante da direção do PT em São Paulo. A informação, segundo o site da revista Veja , teria sido dada à Polícia Federal nos depoimentos dos dois intermediários presos na sexta-feira - o empresário petista Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos. Segundo a revista, os dois presos não revelaram o nome do suposto representante do partido, mas teriam fornecido uma descrição física detalhada do "transportador" do dinheiro, das circunstâncias do encontro e até das roupas que ele usava na ocasião.

    De acordo com o jornal Folha de S. Paulo , o advogado Gedimar Pereira Passos confirmou, em depoimento à Polícia Federal, que recebeu de um representante da Executiva do PT de São Paulo, parte do dinheiro para comprar um dossiê contra o candidato a governador de SP pelo PSDB, José Serra. Até esse ponto, seu depoimento coincide com o do outro preso, Valdebran Padilha.

    Quanto à outra parte do dinheiro, porém, conforme a Folha, Passos afirmou que teria vindo veio de uma revista, cujo nome ele também disse desconhecer. O dossiê, segundo a PF, foi enviado por Luiz Antonio Trevisan Vedoin, também preso e apontado como chefe da máfia dos sanguessugas.

    BARGANHA

    De acordo com o site da revista Veja, inicialmente, segundo Passos, Vedoin teria pedido R$ 20 milhões pelo dossiê. O preço foi então reduzido a R$ 2 milhões, de acordo com o depoimento.

    Segundo o site 24 horas , Paulo Roberto Trevisan, a quem Luiz Antônio confiou a continuidade dos negócios na Planan, foi preso com documentos e um DVD de 23 minutos (leia matéria sobre o vídeo), que mostrava o ex-ministro da Saúde, José Serra, na entrega de 40 ambulâncias numa solenidade em Cuiabá, ao lado do ex-governador Dante de Oliveira, já falecido, do senador Antero de Barros e dos deputados Lino Rossi e Pedro Henry. O suposto dossiê contra Serra pertencia a Luiz Antonio Vedoim, mas Trevisan foi solto, depois de alegar que desconhecia o que constava na documentação que levaria para São Paulo. Ele disse que Vedoim apenas lhe pediu um favor.

    O episódio da venda de informações e dossiês levou a Justiça Federal a determinr nova prisão de Vedoim. Ele teria tentado se esconder e foi preso num motel, na tarde do dia de em Cuiabá. O juiz entendeu que ele estava vendendo provas e chantageando pessoas e determinou que ele voltasse para a prisão.

    TELEFONEMAS GUIARAM A POLÍCIA

    Vedoin foi preso quando a PF deflagrou a Operação Sanguessuga, em maio, mas foi solto após acordo para colaborar com a investigação em troca de pena menor. Mas tanto a PF, como o Ministério Público e integrantes da CPI , estavam desconfiadas do comportamento do empresário, que parecia proteger alguns envolvidos por meio de evasivas, ou aumentar a carga das decúncias contra alguns alvos políticos. Apesar de os membros da família Vedoinassegurarem que suas denúncias tinham respaldo em documentos e extratos bancários, os policiais desconfiavam que eles mantinham provas escondidas.

    Por isso, mesmo depois que fizeram um acordo com a Justiça Federal para delação premiada, em julho passado, os Vedoin continuaram com suas ligações telefônicas secretamente monitoradas pela polícia. Ao que tudo indica, os supostos representantes petistas teriam feito mais uma trapalhada

    Vedoin já havia sido preso quando a PF deflagrou a Operação Sanguessuga, em maio, mas foi solto após acordo para colaborar com a investigação em troca de pena menor. O tio de Vedoin, Paulo Trevisan, havia sido posto em liberdade anteontem, após depor à PF. Ontem, ele voltou a ser preso, por determinação da Justiça. Os intermediários devem ficar detidos por cinco dias.

    PETISTAS DESMENTEM, TUCANOS COBRAM EXPLICAÇÕES

    O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse em nota à imprensa, que não existe nenhuma vinculação entre o dinheiro apreendido e o PT. Mas, de acordo com a edição da Folha de S. paulo de domingo (17), os dirigentes do PT não teriam tido acesso às declarações dos dois presos em São Paulo, supostamente representantes do partido na "aquisição".

    O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que cobrou diretamente do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, esclarecimento imediato sobre a origem e o destino de R$ 1,7 milhão, encontrado com Valdebran Carlos Padilha e Gedimar Pereira Passos.

    FALTAM IMEGENS DA APREENSÃO

    Conforme divulgado no site do PSDB, Tasso Jereissati decidiu telefonar Bastos depois que a Polícia Federal apreendeu US$ 248,8 mil e R$ 1,16 milhão em dinheiro vivo. Em várias operações já realizadas, desdee governos passados, PF tem o hábito de divulgar as imagens do dinheiro apreendido.

    Mas neste caso isso não aconteceu, como os tucanos fazem questão de alertar. "Fugiu do habitual da Polícia e por isso resolvi ligar para o ministro, para o esclarecimento imediato dos fatos. Mas não conversei com o ministro sobre o fato de não ter havido divulgação das imagens", afirmou Tasso.

    No final do governo Fernando Henrique, no início da campanha eleitoral, uma operação realizada por agentes do Tocantins no Maranhão apreenderam R$ 1,34 milhão no escritório da empresa Lunus Serviços e Participações Ltda., de propriedade da senadora e ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e de seu marido Jorge Murad. Roseana estava bem cotada nas pesquisas eleitorais para se lançar candidata pelo PFL.

    Na época, ela criticou duramente o governo FHC pelo espalhafato da operação policial, que contou com farta divulgação de fotos, feitas por um único fotógrafo de um jornal do Tocantins, em solitária reportagem feita no Maranhão. As fotos foram distriuídas à imprensa em geral e o episódio resultou na dsistência de Roseana de sua candidatura à presidência.

    Posteriormente, em março de 2003, por decisão do STJ - Superior Tribunal de Justiça, a Lunus recebeu de volta todos os documentos, papéis e meios magnéticos, além dos valores apreendidos pela PF em seu escritório – R$ 1,34 milhão.

    Mais recentemente, outras operações da PF envolvendo políticos foram precedidas de grande esquema de divulgação, com ativa participação da assessoria de imprensa da Polícia Federal. Na prisão de Paulo Maluf e de seu filho Flávio, o repórter Cesar Tralli, da rede Globo teria sido beneficiado "com exclusividade" por informações em primeira mão fornecidas por policiais federais.

    A família Maluf teceu duras críticas ao fato de a PF ter permitido que o repórter acompanhasse o momento da prisão de Flávio, portando uma câmera portátil. A família Maluf também acusou a PF de praticar uma irregularidade ao fornecer um colete exclusivo dos membros da corporação para que o repóter utilizasse, além de ter permitido que o jornalista se deslocasse dentro de uma viatura policial.

    No dia 13 de julho de 2005, em outra operação de destaque, na sede da loja Daslu, em São Paulo, a Polícia Federal avisou com anteced~encia a Rede Globo, que, nas primeiras horas da manhã, já estava na porta da empresa para a tomada das primeiras imagens. A PF também fez imagens e divulgou fotografias da atuação da ação policial - que teria envolvido 240 policiais federais em quatro estados e 80 auditores fiscais da Receita Federal.

    A ação foi criticada por opositores do governo Lula por considerar o aparato excessivo. Alguns políticos, que falaram no plenário do Congresso em favor dos donos da loja, chegaram a insunuar que a ação teria sido planejada para desviar as atenções da CPI do mensalão, que estava no auge de audiência.

    No episódio desta semana, porém, até o momento, o site da Polícia Federal não divulgou uma única imagem.Na página da Agência de Notícias da PF, foi divvulgada apenas uma nota à imprensa, sem fotos ou press release com mais detalhes.

    QUEM É QUEM NO ESCÂNDALO

    Valdebran Carlos Padilha da Silva é empreiteiro de Mato Grosso,e seria um tesoureiro informal nas campanhas do PT no estado. Ele é ligado ao deputado petista Carlos Abicalil. Valdebran, segundo o site da revista Veja, atualmente estaria trabalhando pela candidatura ao governo da senadora petista Serys Slhessarenko, acusada de envolvimento no escândalo dos sanguessugas Foi preso em São Paulo.

    Gedimar Pereira Passos é um agente federal aposentado, que recentemente passou a trabalhar como segurança no PT. Segundo informou a Folha de S. Paulo, Passos recebeu de um representante da Executiva do PT de São Paulo, cujo nome ele disse não saber, dinheiro para comprar o dossiê. Gedimar Passos, que também é advogado, teria dito em depoimento que foi contratado por um suposto integrante da Executiva Nacional do PT para conferir a autenticidade do material.

    Paulo Roberto Trevisan , tio de Vedoin, foi preso em Cuiabá.

    (Foto: José Cruz - AgBR)

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