Raça não é fator para concessão de direitos, defendem especialistas
Início Raça não é fator para concessão de direitos, defendem especialistas Enviado por Talita Cavalcante , sex, 05/03/2010 - 11:58 Igualdade Racial Negros Políticas Públicas
Paula Laboissière Repórter da Agência Brasil
Brasília - Debatedores contrários às chamadas cotas defenderam que a ideia de raça não é fator necessário para a concessão de direitos. O juiz da 2ª Vara Federal de Florianópolis Carlos Alberto da Costa Dias avaliou o sistema de reserva não pode ser visto como uma espécie de solução mágica de problemas e como uma alternativa simplista diante do quadro de desigualdade no país. Ele participa do último dia da audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre políticas afirmativas para a reserva de vagas no ensino superior.
Para o magistrado, usar o fato de ser negro como critério consiste em uma medida discriminatória e estigmatizante. A instituição das cotas transforma o Judiciário em árbitro segundo um critério artificial: o fenótipo, sendo que a Constituição proíbe a discriminação em função da cor. Se o STF vier a decidir que o critério raça é prevalente, vai criar um paradoxo sobre a própria discriminação racial. O sujeito que não tiver a cor certa vai perder um lugar na universidade.
Para o representante do Movimento Negro Socialista, José Carlos Miranda, a luta a ser traçada no país não é apenas contra o racismo mas também contra o racialismo. Ele destacou que a história não é feita por homens de uma cor ou de outra e que insistir nessa ideia é acreditar em uma espécie de romantismo histórico.
É retrógrada à ideia de classificação racial. Continuamos confiantes na força do povo trabalhador brasileiro e com a convicção de que, por meio dessa força, as imensas desigualdades serão superadas, afirmou. A defesa do sistema de cotas só é possível para os que desistiram da verdadeira luta pela igualdade. A força deve estar no caráter e não na cor da pelé, finalizou.
A representante do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (MPMB) e da Associação dos Caboclos e Ribeirinhos da Amazônia (ACRA), Helderli Alves, avaliou que as cotas raciais específicas para negros não representam uma ação afirmativa, uma vez que não combate a discriminação racial e nem os efeitos de discriminações passadas.
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O juiz da 2ª Vara Federal de Florianópolis Carlos Alberto da Costa Dias avaliou que o sistema de cota não pode ser uma espécie de solução mágica de problemas
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