Assembléia aprova CPI Bancoop
O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz, assinou ontem documento que autoriza a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). A entidade é alvo de denúncia de desvio de recursos para supostamente financiar campanhas eleitorais do PT. A investigação deverá ser comandada pelo PSDB, com a provável indicação do deputado Samuel Moreira para presidir a CPI.
Os deputados investigarão eventuais irregularidades envolvendo a Bancoop, que foi presidida pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O dirigente afastou-se do comando da entidade quando assumiu o cargo no partido, em fevereiro. Segundo o promotor de Justiça José Carlos Blat, da 1ª Promotoria Criminal da Capital, o total de desvio de recursos da cooperativa habitacional pode ultrapassar R$ 100 milhões. O promotor analisa que o montante desviado foi usado pelo PT para o financiamento de campanhas eleitorais do PT, com a participação de Vaccari.
De acordo com a tradição da Assembléia Legislativa paulista, a presidência da CPI deve ficar nas mãos do autor do requerimento, o tucano Samuel Moreira, até ontem líder do PSDB na Assembléia. Moreira negou que haja um oportunismo eleitoral.
O pedido de criação da CPI da Bancoop é de 2008, mas as denúncias contra a entidade voltaram ao noticiário no fim de semana e reforçaram a pressão na Assembléia pela investigação do caso. Na sexta-feira, Blat pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de Vaccari.
Samuel Moreira disse que a demora para a criação da CPI se deve ao regimento da Assembléia, que determina que essas comissões sejam instaladas de acordo com a ordem cronológica em que foram protocoladas. Só é permitido o funcionamento de cinco comissões no o período. A investigação do caso Bancoop deve começar no próximo mês. Depois da publicação no Diário Oficial da autorização para a instalação da CPI, os partidos têm 15 dias para fazer indicações para a comissão.
Ontem, o PT saiu em defesa de Vaccari e disse que o tesoureiro é vítima de uma "escalada de ataques mentirosos, infundados e caluniosos" de alguns veículos de comunicação. Em nota, o presidente do partido, José Eduardo Dutra, disse que o PT acompanha as denúncias com "perplexidade" e que representará no Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor José Carlos Blat. Para o PT, o promotor quer "se promover às custas de acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual."
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