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26 de Abril de 2024
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    Opinião - Pedofilia: violação de um inocente

    É praticamente impossível a população brasileira assistir a um noticiário ou ler um jornal ou passar em frente a uma banca de revistas sem deparar com notícias de pedofilia. Lamentavelmente essa barbárie contra as crianças ficou rotineira no país. No entanto, temos consciência de que tal crime de perversão e perversidade não se atém às fronteiras brasileiras "é um mal da sociedade planetária.

    A pergunta que fazemos agora é: como podemos identificar um pedófilo? Não é tarefa fácil; pois ele não tem cara de pedófilo. Na maioria dos casos, o criminoso tem cara de cidadão, de pessoa digna, pessoa de bem. É alguém que está muito próximo da criança" pai, padrasto, irmão, primo, tio, vizinho, professor, líder espiritual...

    Temos a tendência, quando muito, de proteger a criança dos estranhos, pois tendemos a acreditar que uma pessoa capaz de fazer mal a uma criança só pode ser alguém de fora da família ou distante do convívio da criança, uma pessoa desconhecida. Essa prevenção é correta. Mas, os casos até hoje registrados (e não são poucos) mostram uma realidade bem mais assustadora: o criminoso quase sempre está mais perto da criança do que se pode imaginar. Ele está na família ou no convívio diário da criança. Muitas vezes é uma pessoa acima de qualquer suspeita.

    Logo, não se trata de um criminoso com cara de bandido. Em geral o pedófilo se mostra como uma pessoa de bem. É alguém que tem uma boa conversa, é atencioso, inteligente e com uma incrível facilidade de convencer as pessoas. Muitos desses criminosos são ainda mais perigosos, porque, pelas características que apresentam, são verdadeiros psicopatas. Os psicopatas são extremamente perigosos, pois parecem ser incapazes de fazer mal a alguém, não apresentam qualquer sintoma característico de transtornos mentais, estão sempre lúcidas e não perdem o senso da realidade. Têm a mente ágil, não têm compaixão, não sentem culpa, não sentem remorso, nem se arrependem. São pessoas frias e calculistas.

    Quando acompanhamos os noticiários no dia a dia, percebemos que o crime de pedofilia vem sendo praticado por pessoas de diferentes matizes: as que têm família e as que não têm; pessoas pobres e ricas; as que não têm instrução e as bem instruídas; as não-religiosas e as religiosas; as de fora e as de dentro do círculo familiar da criança. Por esse perfil, não nos parece que o problema esteja relacionado à falta de instrução ou à condição socioeconômica do criminoso. Pois, assim como há o pedófilo que não tem sequer emprego, há, por outro lado, o que tem não somente emprego, mas tem uma boa e profícua carreira profissional. Também mostra que o perigo que espreita a criança não está apenas fora das fronteiras familiares. Infelizmente, muitos pedófilos são os próprios pais da criança.

    Tudo isso nos mostra que há uma crise de valores na qual a raça humana está mergulhada. Os valores estão invertidos ou simplesmente inexistem. Pais, educadores, líderes, autoridades, igrejas, escolas, governos, todos têm de se unir não apenas para combater ferozmente a pedofilia, mas para deflagrar uma acirrada campanha de conscientização e chamada à responsabilidade de pais e responsáveis por crianças no que diz respeito à sua proteção. É preciso investir preventivamente mobilizando a sociedade a desenvolver nas crianças, jovens e adultos valores que prezem os bons costumes e respeito à vida. Que os pais ensinem seus filhos a ter limites e a respeitar o próximo. Ensinem que na vida não basta querer, desejar e ter vontade. Mas, que é preciso seguir algumas convenções que são resultado de lutas e conquistas da humanidade. Ensinar que existem normas que regem a vida em sociedade e que, se tais normas não forem respeitadas, viveremos na animosidade e a convivência social simplesmente será impossível.

    As crianças são vulneráveis, crédulas, ingênuas, inocentes. Nós adultos "pais, educadores, autoridades, pessoas de bem, dignas" temos de oferecer a elas as condições necessárias à sua segurança, proteção e bem-estar. Não podemos negligenciar a guarda. A legislação brasileira considera a pedofilia crime de estupro de vulnerável, ou seja, ato de ter conjunção carnal ou prática de outro ato libidinoso com menor de 14 anos. Portanto, o pedófilo é indesculpável. A pedofilia é crime e o pedófilo é um criminoso. Não há acordo. O pedófilo tem de ser mantido longe do alcance das nossas crianças. Portanto, denuncie!

    *Waldir Agnello é deputado estadual pelo PTB.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/opiniao-pedofilia-violacao-de-um-inocente/2166220

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