Judiciário é controlado por elites familiares e acadêmicas, aponta pesquisador
A Constituição de 1988 tem como um de seus pilares o princípio da igualdade de direitos e oportunidades entre os cidadãos. A chamada Carta Cidadã buscou eliminar todas as distinções de origem, cor, raça, gênero, orientação religiosa e sexual. No entanto, o amplo arcabouço de leis e normas criado para atingir esses princípios - leis trabalhistas e concursos públicos, por exemplo - talvez não tenha surtido efeito justamente na classe encarregada de zelar pela sua aplicação: a classe jurídica.
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É o que afirma o cientista político Frederico Normanha Ribeiro de Almeida, autor de uma tese de doutorado que aponta a existência de uma elitização do Poder Judiciário, fruto de uma divisão social do trabalho, que começa no berço e nos bancos das faculdades de direito. Segundo o pesquisador, gênero, origem geográfica, relações familiares e diploma são fatores determinantes para que alguém participe da pequena elite de juristas que controla a Justiça no país.
Frederico Almeida encontrou o que chama de campo político da Justiça. Um espaço de poder relacionado ao controle político das organizações profissionais e burocráticas de administração do sistema de justiça estatal, que, segundo ele, é encabeçado por uma elite com características muito menos diversificadas do que as bases profissionais. Prevalecem pessoas com recursos e capitais - não só materiais, mas também simbólicos - comuns, diz o autor.
Na tese, intitulada A nobreza togada - as elites jurídicas e a política da justiça no Brasil, defendida ...
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