CUT vai fazer campanha pelo fim do imposto sindical
Os mais de 42 milhões trabalhadores brasileiros com carteira assinada começaram a ter, dia 1º, o equivalente a um dia de trabalho descontado de seus salários como contribuição sindical. O procedimento, que ocorre anualmente desde a aprovação da CLT, em 1943, será questionado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) a partir deste mês, numa campanha nacional em TV, rádio e jornais que criticará o governo federal por não cumprir um acordo selado em agosto de 2008 com as centrais.
Quando permitiu o repasse de 10% arrecadado com a contribuição para seis centrais, em 2008, o governo federal fechou também um acordo com as entidades, em 2008, que previa o fim do imposto sindical até o início de 2009 - a contribuição compulsória seria, então, substituída por uma contribuição negociada caso a caso, em assembleias promovidas pelos mais de 9,5 mil sindicatos do país.
Como pode o governo tirar, todos os anos, um dia de salário de todos os trabalhadores, sem que estes tenham concordado com isto, e depois repassar esse dinheiro às centrais sindicais?, pergunta Artur Henrique, presidente da CUT. A executiva nacional da entidade, aprovou, dia 1º, a utilização de parte do imposto sindical recebido pela Central para financiar a campanha de mídia que vai questionar o governo federal e as centrais. O repasse do imposto sindical às centrais iniciou- uma guerra pelos sindicatos, porque quem tem mais sindicatos recebe uma parcela maior do dinheiro, diz Artur.
Estima-se que o repasse do imposto para as centrais, em 2010, tenha atingido R$ 100 milhões. CUT e Força Sindical são as que mais recebem - em 2009, R$ 26,7 milhões e R$ 22,6 milhões, respectivamente. Vamos comprar uma briga com as outras centrais, porque, sem o imposto sindical, só sobreviverão as entidades que fazem alguma coisa pelos trabalhadores, que aprovarão em assembleia uma nova contribuição, afirma Artur Henrique.
Editado a partir de matéria de João Villaverde, do Valor Econômico.
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