Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
5 de Maio de 2024
    Adicione tópicos

    Apartamentos no Noroeste deverão custar R$ 8 mil por metro quadrado

    Publicado por Justilex
    há 15 anos

    Com o lançamento do edital de licitação de terrenos no Setor Noroeste e a divulgação dos preços mínimos das projeções, as empresas de construção civil já organizam as finanças para comprar lotes e começam a fazer os cálculos de quanto custará o metro quadrado no novo bairro. Especialistas e corretores estimam que um imóvel de 100 metros quadrados no Noroeste, ainda na planta, poderá valer R$ 800 mil. A tendência de mercado é que a maioria dos apartamentos tenha dois ou três quartos. Mas haverá também imóveis de luxo, amplos e com grandes varandas - que poderão ultrapassar os R$ 3 milhões.

    A licitação de 63 terrenos no setor - 52 lotes para prédios residenciais e 11 para edifícios comerciais - será em 29 de janeiro. Representantes do setor imobiliário e da construção estimam que seja registrado um ágio de até 10%. Assim, a projeção que tem preço mínimo de R$ 10,3 milhões pode ser vendida por R$ 11,3 milhões. A tendência é que, com a valorização dos lotes para prédios, o metro quadrado dos apartamentos fique ainda mais alto.

    O presidente do Sindicato das Empresas de Construção Civil (Sinduscon), Elson Póvoa, acredita que todas as unidades colocadas à venda serão vendidas na primeira licitação. "A expectativa é muito grande, lutamos pelo Noroeste há 15 anos. As empresas já estão fazendo seus estudos de viabilidade econômica e análises de mercado para participar da licitação" , explica Póvoa.

    Para ele, o metro quadrado deve ficar em torno de R$ 7 mil. "Como o bairro é para a classe média alta, os acabamentos serão refinados", destaca. Ele não acredita que as adaptações ambientais exigidas, como sistema de aquecimento solar e reutilização de água, vão deixar a construção mais cara. "Isso contribui pouco no preço final do imóvel, mas vai agregar muito valor. Estamos na era ecológica, a tendência é incentivar iniciativas como essa" , finaliza Póvoa.

    Luiz Cláudio Nasser, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), acredita que apenas 20% dos apartamentos do Noroeste serão de alto luxo. "A demanda maior será por apartamentos de dois ou três quartos. Em função dos valores das projeções, creio que o preço do metro quadrado deve ultrapassar os R$ 8 mil, até para viabilizar a incorporação", destaca o especialista. O preço mínimo dos lotes estabelecido pelo governo varia entre R$ 10 milhões e R$ 14,9 milhões.

    Sem erros

    O Setor Noroeste segue as mesmas diretrizes do Plano Piloto, com prédios de seis andares e comércios locais. Mas a ideia é que o novo bairro não repita o que deu errado nas primeiras quadras e no Setor Sudoeste. Por isso, os edifícios comerciais ficarão mais afastados das residências, para que o vaivém nas lojas não atrapalhe os moradores. Idealizador do Noroeste, o arquiteto Paulo Zimbres não vê com bons olhos a onda de especulação sobre o novo bairro e confidencia: preferia que os imóveis no setor que projetou fossem mais acessíveis. "Um casal que está começando a vida, por exemplo, precisa de oportunidades. No projeto, previmos habitações menores sobre os comércios para que haja mais opções de moradia", explica (leia entrevista abaixo).

    O novo bairro brasiliense terá 20 superquadras, com 220 prédios residenciais e 198 edifícios comerciais. Os projetos de engenharia de cada um dos prédios terão que ser aprovados pela Administração de Brasília, pois caso não tenham sistema de energia solar, reuso da água da chuva ou captação de lixo a vácuo, não serão aprovados.

    Entrevista - PAULO ZIMBRES

    Novo bairro aproveita lições do laboratório

    Quinze anos separam os primeiros esboços do Setor Noroeste e o lançamento oficial do bairro. Em 1994, o arquiteto Paulo Zimbres, um dos mais conceituados da capital, foi contratado para desenhar um projeto inovador para a última área vazia dentro da zona tombada. Depois de uma infinidade de discussões técnicas, embates políticos e judiciais, Zimbres pode, aos 76 anos, ver o início da construção do setor que idealizou. Em entrevista ao Correio, o arquiteto dá detalhes sobre o projeto e fala de suas expectativas com relação ao futuro bairro. "Lucio Costa dizia que Brasília é um laboratório, em que observamos as experiências, aprendemos com elas e avançamos. O projeto do Noroeste foi feito com base em uma assimilação e um aprendizado da cidade", explica Zimbres. (HM)

    Qual é o grande diferencial do Noroeste?

    O projeto do Noroeste tem foco na preservação ambiental. O diferencial está em algumas iniciativas, como a reutilização de águas pluviais. Outro ponto importante é o uso da energia solar. Hoje, temos tecnologia para isso e o objetivo é tentar eliminar uso de chuveiro elétrico nas habitações do Noroeste. Ele é o grande vilão do consumo de energia. O projeto também prevê a coleta pneumática do lixo. Seria um sistema a vácuo, já usado em cidades europeias, como Barcelona. Com isso, não teremos mais contêineres cheio de lixos na porta dos prédios e dos restaurantes.

    Como o projeto incorporou o parque Burle Marx ao novo bairro?

    A proximidade com o Burle Marx dará aos moradores uma interação sensacional com a natureza. O Sudoeste, por exemplo, é ao lado do Parque da Cidade mas há a Epig (Estrada Parque Indústrias Gráficas) que separa os dois. Nossa expectativa é que os moradores do Noroeste sejam mais integrados ao Burle Marx. Haverá ciclovias ligando o Noroeste à Asa Norte. Além disso, o Noroeste terá mais áreas verdes do que o Plano Piloto. Cada superquadra terá uma grande ‘cinta verde’, como Lucio Costa descreveu.

    O Noroeste terá melhorias com relação ao projeto do Plano Piloto?

    O projeto do Noroeste propõe uma revisão do comércio local. Vamos criar um binário de ruas, com o comércio no meio. Assim, não temos comércio colado na quadra, com todo o desconforto de um bar barulhento, por exemplo. Lucio Costa dizia que Brasília é um laboratório, em que observamos as experiências, aprendemos com elas e avançamos. Acho interessante esse conceito. O projeto do Noroeste foi feito com base em uma assimilação e um aprendizado de Brasília.

    Como serão os comércios locais?

    A principal diferença é que não haverá lojas no subsolo. Todos os prédios comerciais deverão ter vagas de garagem. As lojas têm características diferentes, com pé direito de 5,5 metros. Essa altura é de shopping center, para proporcionar um mezanino que sirva como área para estoque, ou um espaço de processamento de alimentos. Mas a principal inovação é que não haverá lojas de fundo. Como há vias dos dois lados do comércio, todas as lojas ficarão visíveis às pessoas que passam de carro.

    O que foi feito para que não haja problemas de tráfego, como no Sudoeste?

    Todas as entradas do bairro terão viadutos e conexões fluidas, sem as dificuldades que existem no Sudoeste, onde a entrada só pode ser feita por dois ou três lugares, com engarrafamentos em pleno Eixo Monumental. A construção de ciclovias também vai ajudar a reduzir o tráfego de carros.

    O senhor teme um desvirtuamento do projeto?

    Brasília é bem vigiada e fiscalizada pelo Iphan e pelos órgãos ambientais, por isso acredito que o projeto será seguido. Fala-se muito em um bairro de luxo, mas eu preferiria que o Noroeste fosse um pouco mais popular, mais acessível. No projeto, previmos habitações menores sobre os comércios para que houvesse mais opções de moradia para um casal que está começando a vida, por exemplo. Fonte: Correio Braziliense

    • Publicações3628
    • Seguidores27
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações316
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/apartamentos-no-noroeste-deverao-custar-r-8-mil-por-metro-quadrado/605130

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)