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9 de Maio de 2024
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    Castelo de deputado simboliza Congresso medieval

    Publicado por Expresso da Notícia
    há 15 anos

    Que muitos políticos brasileiros vivem como marajás ou nobres da Idade Média, com incontáveis privilégios, poucos duvidavam. Mas a descoberta de que o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) possui um castelo avaliado entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões no interior de Minas Gerais, não declarado à Justiça Eleitoral, veio confirmar que, de fato, existem políticos que se sentem e se comportam como membros de castas acima de qualquer norma.

    O segundo vice-presidente e corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), disse que não vê motivos para deixar o cargo por causa das denúncias de que não declarou ao imposto de renda um castelo de sua propriedade e também por ter dívidas com o INSS. Ele disse que que se sente "absolutamente" à vontade para ocupar o cargo de corregedor. "Renunciar por quê?", questionou. "Não fui condenado por nenhum Tribunal", emendou.

    Ele afirmou que jamais disse que o Conselho de Ética deveria ser extinto. Na verdade, "tem de ser mudada a operacionalização". Moreira defendeu que quem deve julgar os parlamentares é a Justiça e que o Conselho de Ética apenas analise a admissibilidade da denúncia. "Acho que todo mundo é inocente, até que se prove o contrário", afirmou.

    Embora tenha tentado desconversar sobre a denúncia de que sua empresa tenha dívida com o INSS, ele informou que há um processo contra a empresa, mas que [ele] ainda não foi citado. "Tem processo de uma fiscalização que houve, eu não fui citado no processo, o processo está na Justiça. Esse é um valor que já provamos que foi pago", disse Edmar Moreira.

    Em relação ao castelo, que ele não teria declarado ao imposto de renda, o deputado afirmou que passou todos os bens para o nome dos dois filhos, inclusive o castelo. O imóvel fica na sua cidade natal, São João Nepomuceno (MG), e, segundo o deputado, está avaliado entre R$ 20 e R$ 25 milhões. Ele disse que construiu o imóvel na década de 1980 para atrair turistas à região. "A idéia era fazer um tipo diferente de turismo. O que será melhor do que um castelo?", justificou.

    Partido quer a cabeça de deputado medieval

    O Democratas pediu a renúncia do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), da 2ª vice-presidência da Câmara dos Deputados, em função das denúncias de que o parlamentar não declarou ao imposto de renda o castelo de estilo medieval, situado em sua propriedade, e de que tem dívidas com o INSS. A recomendação consta de nota à imprensa assinada pelo presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), filho do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (ex-PDT, ex-PMDB e hoje DEM).

    Maia afirma, na nota, que as denúncias divulgadas pela imprensa serão remetidas imediatamente à comissão de ética do partido,"para que, o mais rapidamente possível e concedido o amplo direito de defesa conforme os ritos estabelecidos estatutariamente, seja tomada uma decisão final".

    O documento diz que o Democratas repele e considera incompatível com o rigor ético do partido as declarações do deputado Edmar Moreira."É inaceitável colocar a solidariedade fraterna entre colegas acima do compromisso essencial com a moralidade parlamentar."

    Apoio dos mensaleiros

    O deputado Edmar Moreira foi eleito 2º vice-presidente da Câmara no dia 2. Ele não participou da reunião da bancada, que indicou o deputado Vic Pires (PA) como candidato oficial do partido ao cargo na Mesa, e se lançou candidato avulso. Venceu a disputa e derrotou o candidato oficial do partido.

    De acordo com alguns analistas, Moreira foi apoiado pelos mensaleiros. Ele votou pela absolvição de nove mensaleiros, dos quais cinco são do PT - Partido dos Trabalhadores.

    No documento, o DEM afirma que sempre colocou a questão ética como uma de suas prioridades e que na Câmara participou "ativamente" da instalação do Conselho de Ética.

    No dia seguinte à posse como 2º vice-presidente e Corregedor da Câmara, o deputado Edmar Moreira disse que colocaria para discussão das lideranças partidárias proposta para que o julgamento dos deputados, acusados de denúncias, fosse feito pelo Poder Judiciário e não pelo Parlamento.

    "As recentes declarações do deputado Edmar Moreira no sentido de retirar do Parlamento o poder de julgar seus membros são frontalmente contrárias à filosofia do Democratas", afirma a nota.

    "Somadas suas últimas atitudes às denúncias de contradição nas informações de sua declaração de bens, o Democratas considera que quaisquer decisões, mesmo que corretas, tomadas pelo deputado, no exercício de suas funções, serão sempre eivadas de suspeição, com evidentes prejuízos para a imagem do Poder Legislativo", diz o texto.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/castelo-de-deputado-simboliza-congresso-medieval/748472

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