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29 de Abril de 2024
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    CNJ quer choque de gestão nos tribunais

    há 15 anos

    O corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, foi duro ontem ao dizer que o congestionamento da primeira instância - a porta de entrada do Judiciário - é, mais do que um problema de gestão, fruto, também, da falta de vontade política dos próprios tribunais. Ele ressaltou que as varas judiciais, sobretudo as do interior, padecem do mal do “desaparelhamento”: enquanto juízes sofrem com a carência e o mau uso de recursos públicos e o despreparo de servidores, gabinetes de desembargadores têm excesso de funcionários, muitos ocupando cargos de confiança. O resultado: morosidade e má prestação de serviços para a população na Justiça de primeiro grau, a mais próxima do cidadão.

    Durante a divulgação da pesquisa Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Dipp cobrou uma atuação mais enérgica das corregedorias dos estados para fiscalizar o andamento de processos e fazer, no mínimo, uma inspeção anual para identificar dificuldades enfrentadas por juízes país afora. “Os parcos recursos são mal administrados, muitas vezes em proveito de certas regalias para desembargadores, servidores e na construção de prédios desnecessários”, disse o corregedor. “Isso faz com que o juiz se sinta mais descompromissado a ter uma atuação mais ágil em face das carências encontradas”, completou.

    O maior gargalo do Judiciário está na primeira instância. Levantamento do CNJ revela que, nos últimos quatro anos, de cada 100 processos que chegaram às varas judiciais do país, apenas 20 foram julgados, tanto na Justiça Estadual quanto na Justiça Federal. Projeção feita pelo conselho mostra que a situação não vai mudar até 2010 se nada for feito.

    “Não podemos ficar entre quatro paredes analisando estatísticas. Os tribunais não se deram conta de que estão brincando com algo grave, que é o desconforto e o descontentamento do cidadão. Ou nos damos conta disso ou vamos pagar um preço muito caro”, afirmou Dipp.

    Meta

    Durante a divulgação dos números, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, reiterou a intenção de zerar parte das ações que sobrecarregam o Judiciário. O ambicioso plano, anunciado na última segunda-feira durante o 2º Encontro Nacional do Judiciário, em Belo Horizonte, é que os tribunais julguem este ano cerca de 50 milhões de processos. “Espero que consigamos cumprir rigorosamente a meta estabelecida”, disse.

    De acordo com os dados, existiam 67,7 milhões de processos em tramitação na Justiça brasileira em 2007, sendo 80% na Justiça estadual (54,8 milhões), que apresentou uma taxa de congestionamento de 74% no período analisado, ou seja, de cada 100 processos que corriam naquele ano, novos ou antigos, 74 não foram julgados. Na Justiça Federal tramitaram, na mesma época, 6,1 milhões de processos e a taxa de congestionamento foi de 58,1%.

    Já na Justiça do Trabalho o volume de ações foi de 6,6 milhões no período. A taxa de congestionamento ficou em 46,7%.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/cnj-quer-choque-de-gestao-nos-tribunais/846640

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