Maior volume de processos de abigeato está localizado na fronteira oeste do RS
Representante da justiça gaúcha diz que leis para enfrentamento do abigeato deveriam ser mais rígidas e acredita que falta de registro impede que processos cheguem no judiciário
O investimento no aparelhamento dos órgãos de segurança pública do RS, o estímulo às denuncias sobre crimes no campo e a aplicação de penas mais rígidas foram alguns dos temas que estiveram em pauta na reunião da Comissão de Representação Externa para levantamento da criminalidade no campo no RS. A reunião aconteceu nesta quarta-feira (11) na Assembléia Legislativa em encontro onde foram convidados representantes do ministério público, Judiciário, Fetag e Farsul. O presidente da Comissão, deputado Jerônimo Goergen (PP), recebeu do juiz de direito Rinez da Trindade, a informação do crescimento do Abigeato na região do Vale do Rio Pardo, fato que motivou reunião que acontecerá nesta quinta-feira (12) em Venâncio Aires com cerca de 300 produtores vítimas de crimes no meio rural.
O Juiz Rinez da Trindade vem desenvolvendo pesquisa sobre o crime no campo no RS, e informou à comissão que apenas as ações criminosas de grande vulto, que acontecem na fronteira oeste e sul do Estado, é que terminam chegando ao Judiciário. As ocorrências em municípios menores, que são muitas, não são denunciadas, o que, de acordo com o magistrado, tem ligação com a sensação de impunidade que sente-se no campo. Segundo Rinez o aumento dos delitos no campo refletem a chegada do crime organizado ao meio rural do Estado. Outro ponto destacado pelo Juiz é a necessidade de aparelhamento para os órgãos de segurança pública, já que em regiões distantes o patrulhamento torna-se deficitário. "o criminoso que pratica delitos no meio rural é comparado a um perigoso assaltante de banco. O perfil é o mesmo. É necessário desburocratizar esta cadeia que envolve a denúncia, o patrulhamento e detenção, e o encaminhamento ao judiciário para que se tenham efetivos resultados", diz Rinez da Trindade.
Em relação à preparação de policiais especializados em crimes no campo, a Brigada Militar já realiza cursos de formação para patrulhamento rural que começaram por Santana do Livramento.
Para o presidente da Comissão de Representação Externa, deputado Jerônimo Goergen (PP) as informações do Judiciário são essenciais para o enfrentamento da criminalidade do campo"Não há dúvidas de que existe um processo de burocratização que impede que o produtor faça o registro de ocorrência. Vamos trabalhar para que essa realidade seja modificada", acredita Goergen.
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