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Curso de Economia - Ed. 2023

Curso de Economia - Ed. 2023

15. Macroeconomia: Economia Monetária

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Sumário:

15.1. Os meios de pagamento

Antes de entrarmos na discussão dos problemas monetários é oportuno recapitular rapidamente as funções essenciais da moeda. São elas: intermediação das trocas; padrão de medida do valor; reserva de valor.

Como visto, a primeira dessas funções confunde-se com a sua própria definição, sendo as outras duas corolários naturais daquela, pois a existência de um elemento intermediário nas trocas automaticamente cria um padrão de medida para os bens em presença, que será responsável pela possibilidade de se diferirem os pagamentos por permitir a utilização de moeda num tempo futuro. Já a reserva de valor possibilitará manter a moeda como um ativo, pronto para ser trocado por qualquer outro bem. A evolução e as características da moeda foram sumariamente apresentadas no Capítulo 2, cabendo agora uma análise de caráter funcional sobre a sua influência e seu significado para o conjunto da atividade econômica, o que nos deixa ainda no campo da macroeconomia.

Até aqui, como colocado desde o Capítulo 2, todos os raciocínios deste livro foram sempre baseados na premissa de haver no sistema econômico uma moeda emitida pelo Estado em volume compatível com as suas necessidades operacionais, adequadamente dosado pelas autoridades monetárias, de maneira a permitir uma total estabilidade no valor da mesma moeda. Os preços, portanto, variavam sempre em termos reais e não em termos nominais , isto é, as suas oscilações trairiam alterações nas condições de suprimento dos bens e não alterações no valor da moeda em si.

Ora, tal suposição é quase heroica. Ao longo dos tempos todas as moedas de todas as nações sempre apresentaram variações no seu próprio valor, vale dizer, no chamado poder aquisitivo , a quantidade de bens e serviços passíveis de serem adquiridos por uma unidade monetária ou um número fixo de unidades monetárias. Os autores dedicados ao estudo da moeda sempre falaram na ilusão da moeda estável e no véu monetário para ilustrar esses movimentos ora mais, ora menos intensos de altos e baixos no seu valor e na influência por eles exercida na atividade econômica. Por outro lado, mesmo sem ter esse valor alterado, a maior ou menor disponibilidade de moeda numa economia, o seu grau de liquidez, influi poderosamente nas propensões da população em poupar ou em consumir, em assumir riscos para o futuro, em planejar a longo ou a curto prazo. Em outras palavras, a moeda não é neutra no processo decisório da economia; ela é um de seus fatores mais importantes, nele agindo mediante uma variável importantíssima para o sistema: a taxa de juros.

Voltemos, por um momento, ao gráfico do fluxo circular de renda apresentado no capítulo anterior. Falou-se na ocasião em não haver nele um setor puramente financeiro, ou seja, instituições financeiras, como bancos comerciais, de investimento, sociedades de crédito imobiliário e outras da espécie. Por isso a renda não gasta no consumo pelas famílias era, pura e simplesmente, entesourada e saía daquele fluxo ou, eventualmente, era emprestada diretamente pelas famílias às empresas, dando origem a pagamentos a título de juros.

Introduza-se, porém, naquele esquema um setor como o acima indicado, chamado financeiro porque não trabalha com bens, mas apenas com moeda ou ativos financeiros que, por alguma forma, a representam e podem nela se transformar. Em condições mesmo de confiança e credibilidade, as famílias preocupadas com possíveis maus tempos no futuro e, portanto, desejosas de renunciar a parcela do seu consumo presente para poupar, provavelmente o fariam mediante depósitos em um banco integrante do setor financeiro. Tal banco não seria, como nenhum banco o é, um mero prestador do serviço de custódia do dinheiro depositado, mas sim um intermediário financeiro, ou seja, ele procurará alguém – possivelmente uma empresa – interessado em receber empréstimos e ganhará pelo diferencial entre o juro pago ao depositante e aquele cobrado do mutuário. Nas economias modernas os depósitos à vista não são remunerados; apenas os a prazo o são. No entanto, mesmo para estes, há um custo envolvido na captação de depósitos: instalações, funcionários, contabilidade etc. o que para o banco se acresce ao aquilo que ele paga ou pagaria como juros.

O banqueiro não empresta todo o dinheiro recebido em depósito, pois ele deve manter um encaixe de parte do mesmo para atender a saques, e aos seus próprios custos, já que mesmo para os depósitos a prazo nem sempre é possível o casamento dos mesmos com os dos empréstimos concedidos. Afora esse encaixe , maior ou menor, conforme as previsões quanto aos saques, o restante se converterá em empréstimos ou financiamentos, comumente sob a forma legal de contratos de mútuo, em empréstimo de coisas fungíveis, como o dinheiro.

O multiplicador bancário – Sucede que os mutuários, ao tomarem posse dos recursos a eles cedidos, irão fazer uma série de pagamentos a terceiros, e estes, por sua vez, depositarão tais pagamentos nos seus respectivos bancos, os quais, com esse acréscimo nos seus …

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jusbrasil.com.br
2 de Junho de 2024
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/doutrina/secao/151-os-meios-de-pagamento-15-macroeconomia-economia-monetaria-curso-de-economia-ed-2023/1865876661