Roberto Carlos move ação contra maestro que o acusa de plágio
O juiz da 27ª Vara Cível do Rio, Mauro Pereira Martins, realizou no dia 27 de abril audiência para ouvir os depoimentos do cantor Roberto Carlos, que move ação de indenização por danos morais contra o maestro Sebastião Ferreira Braga, que por sua vez, o acusa de plágio da música "O Careta". A presença de Roberto Carlos no Fórum do Rio levou vários fãs para a porta do cartório para ver o cantor de perto e pedir autógrafos.
No processo, Roberto Carlos alega que no dia 20 de junho de 2002, o jornal Extra publicou entrevista de Sebastião Braga, que informava sua vitória em processo judicial contra o cantor. Na reportagem, o músico também anunciava que pretendia escrever um livro intitulado "O Rei do Plágio: Detalhes e Emoções da Queda de um Mito".
Segundo Roberto, as declarações do réu caracterizaram lesão à sua honra, porque lhe foram imputadas condutas não verdadeiras que prejudicaram a sua imagem perante à opinião pública. Ele disse ao juiz que nunca recebeu gravação de música feita pelo réu e que tomou conhecimento, através da imprensa, do desejo de Sebastião de lançar um livro sobre sua condenação na Justiça por plágio. Roberto disse que o título do livro o atingiu intimamente e que a entrevista repercutiu negativamente sobre sua carreira, sobretudo entre os mais jovens, que não conheceram o princípio da sua carreira.
O juiz também ouviu o depoimento de Sebastião Braga, que reafirmou a sua pretensão de lançar o livro, mas disse que o título é provisório. Segundo ele, o objetivo é retratar as minúcias de sua disputa judicial com Roberto Carlos que durou cerca de 16 anos. Ele declarou que a escolha do título do livro foi sugestão de amigos publicitários, que entendiam que a obra tinha que ter um apelo comercial. O maestro afirmou ainda que o livro contará que Roberto Carlos cometeu outros plágios e lembrou que o cantor utilizou de todos os meios processuais para dificultar o andamento do processo.
Também foram ouvidas seis testemunhas, sendo três de cada uma das partes. Roberto Carlos levou para depor a seu favor Roberto Talma, o empresário Roberto Augusto, e o presidente da Sony, Cláudio Antonino Condé. Para sua defesa, Sebastião Braga levou o desembargador aposentado Clarindo de Brito Nicolau, o ex-advogado da Sony Nehemias Gueiros Júnior e a professora Erli Cabral Ribeiro Antunes, que também moveu ação por plágio contra Roberto.
A ação de Sebastião Braga contra Roberto Carlos tramita na 29ª Vara Cível do Rio. A decisão que condenou Roberto Carlos a indenizar o músico já transitou em julgado, isto é, não cabe mais recursos. Roberto Carlos já cumpriu a condenação pelo dano moral, uma vez que tornou pública a co-autoria da música plagiada. Ele publicou edital em jornal de grande circulação e o nome de Sebastião Braga já consta como co-autor da obra.
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