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28 de Abril de 2024

PCC É GRUPO TERRORISTA E JÁ ATUA FORA DO BRASIL

Segundo o juiz federal Odilon de Oliveira, que atua no combate ao crime organizado no Estado de Mato Grosso do Sul, existem fortes indícios de que o primeiro Comando da Capital (PCC) esteja atuando, há um bom tempo, no território paraguaio, com possível ligação com as Farc’s – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

“A região de fronteira, principalmente do lado paraguaio, está infestada de “soldados” do PCC, muitos deles desempenhando o papel de pistoleiros”.

Jornais do Paraguai, dentre eles o ABC Color, o de maior circulação, há tempos vêm denunciando a presença de membros do PCC naquele país, normalmente envolvidos com pistolagem e o tráfico de drogas (vide 17.01.2005, coluna judiciales).

A imprensa paraguaia destaca que Nilton César Antunes Veron, preso em Pedro Juan Caballero com 102 quilos de cocaína em janeiro de 2005, atualmente recolhido em Assunção, é um dos líderes do PCC na fronteira. Cesinha, como é conhecido, seria, além de traficante de alto porte, controlador de um exército de pistoleiros do PCC na fronteira.

Nilton César já havia sido preso em outubro de 2002 no Paraguai e deportado para o Brasil, de onde veio a fugir.

Odilon informa possuir um vídeo com imagens de treinamento de seqüestros no interior do território paraguaio, dado por guerrilheiros das Farc’s a paraguaios e brasileiros. Desse treinamento resultou o seqüestro de Cecília Cubas, em 2004, filha do ex presidente Cubas. Cecília foi assassinada no cativeiro no final de 2004. Outro seqüestro com indícios de que tenha sido praticado pelo mesmo grupo foi o de Edithe Bordón Debernardi.

O juiz cita o assassinato do policial Alberico Moreira Cavalcanti, em agosto de 2005, como sendo obra com indícios de que a determinação partiu do PCC. Além deste, inúmeros outros assassinatos praticados principalmente em território paraguaio podem ser atribuídos ao PCC, por solicitação de grandes traficantes de droga.

FONTES DE RECEITA

Toda organização criminosa possui receitas e despesas. No caso do PCC, a receita provém do tráfico de drogas, seqüestros, chantagem, mensalidades de ex-presidiários, de familiares, e de pistolagem.

PCC É GRUPO TERRORISTA

O juiz federal Odilon de Oliveira não tem dúvida de que o PCC é um dos grupos terroristas mais fortes da América do Sul, onde existem mais de dez organizações atuando no mundo do terror.

O grupo terrorista PCC não tem as mesmas características de outros que atuam em várias partes do mundo. Os grupos terroristas se classificam conforme a motivação e a finalidade de cada um. No caso do grupo Al Qaeda, liderado por Osama Bin Laden, seu objetivo é criar uma república islâmica mundial ou, pelo menos, dividir o mundo em oriente e ocidente. É o chamado terrorismo islâmico apocalíptico, que mistura ética, moral, religião e política.

O PCC é um grupo terrorista classificado como comum. Ele não é nacionalista nem político, porque não defende um território nem pretende mudar o regime político brasileiro. Um exemplo clássico de terrorismo nacionalista é o Hamas, atuante na Palestina e que faz resistência a Israel. O Hamas defende o direito a um Estado. Outro exemplo de terrorismo político está nas Farc’s, cujo objetivo é mudar é mudar o sistema de governo e implantar um regime mais ou menos como o de Cuba.

O PCC não tem fins políticos nem religiosos. Pretende manter delinqüência e poder econômico, intimidando, tentando enfraquecer e atingindo o poder repressor oficial. Pratica violência física e psicológica contra comunidades e pessoas.

No crime comum, que não é o caso do PCC, os objetivos são pessoais, individuais ou de pequenos grupos. A finalidade imediata, no crime comum, é a obtenção de lucro ou a satisfação de um sentimento (homicídio, por exemplo).

Odilon lamenta que o Brasil ainda não tenha uma legislação sobre terrorismo. O Brasil não reconhece sequer as Farc’s como grupo terrorista. É urgente que o Congresso Nacional edite uma lei sobre terrorismo.

Relaciona o juiz alguns dos diversos grupos terroristas atuantes na América do Sul:

1) MIR – Movimento Izquierdista Revolucionário (Chile);

2) FMR – Frente Manoel Rodriguez (Chile);

3) FPL – Forças Populares de Libertação de El Savador;

4) Tupac Amaru (Peru);

5) Sendero Luminoso (Peru);

6) FARC’s – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia;

7) ELN – Exército de Libertação Nacional (Colômbia);

8) AUC – Autodefesas Unidas da Colômbia.

OBS: os grupos terroristas MIR e FPL seqüestraram Abílio Diniz em setembro de 1989 para arrecadar US$ 30.000.000,00 com vista a financiamento de guerrilha em El Salvador.

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