Lula cobra de Ahmadinejad menos extremismo e fim do apoio ao Hamas
José Cruz/ABr
Brasília - O presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante entrevista coletiva, no Itamaraty |
“No mundo em que vivemos a distância geográfica e a diversidade cultural não devem servir de pretexto para manter os povos afastados”, disse Lula. “A política externa brasileira é balizada pelo compromisso com a democracia e o respeito à diversidade. Defendemos os direitos humanos e a liberdade de escolha dos nossos cidadãos e cidadãs com a mesma veemência com que repudiamos todo ato de intolerância ou de recurso de terrorismo.”
Integrantes da comunidade internacional suspeitam que o governo de Ahmadinejad apoie e financie as ações do Hamas. Para o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, é fundamental que o Irã deixe de ser associado ao grupo extremista e assim seja possível buscar alternativas para o fim dos conflitos no Oriente Médio.
Em janeiro de 2006, o Hamas venceu as eleições para o Parlamento palestino derrotando o Fatah. Desde a vitória eleitoral do Hamas o conflito entre o Hamas e o Fatah está acirrado.
Em 2007, Abbas decretou a ilegalidade do Hamas. Em novembro 2009, o Hamas comprometeu-se a assinar o acordo de reconciliação interno na Palestina, a iniciativa teve apoio do Egito que havia obtido a assinatura do Fatah.
“O Irã pode ter papel decisivo não só no Oriente Médio, mas também na Ásia Central. Confiamos na experiência milenar de sua cultura para forjar a ordem internacional harmônica em sua própria região. Será particularmente importante a contribuição iraniana para lograr a unidade dos palestinos, sem a qual suas aspirações de liberdade não poderão ser alcançadas”, disse o presidente Lula.
Lula e Ahmadinejad conversaram sozinhos, apenas com ajuda dos tradutores, por cerca de três horas no Palácio do Itamaraty. Na conversa, Lula reiterou suas preocupações com as ações terroristas e a dificuldade de avançar nas negociações pela paz enquanto os grupos radicais atuarem.
Em sua visita ao Brasil, Ahmadinejad foi alvo de críticas de vários setores da sociedade. Os homossexuais e movimentos de diferentes etnias o acusam de preconceito. Os integrantes da comunidade judaica repudiam o iraniano por suas declarações questionando a ocorrência do Holocausto e defendendo o fim do Estado de Israel. No seu discurso, Lula disse ainda que o Brasil é um exemplo de convivência da diversidade.
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