Advocacia entre números e ferramentas

Há tempos, desde que estava na graduação, ouço falar que as máquinas estão dominando o mercado de trabalho e, portanto, o futuro dos operadores do direito também estaria comprometido.

Concordo que essa não seja uma realidade tão tão distante assim, haja vista que hoje já convivemos com softwares capazes de elaborar petições sozinhos, dando assim uma vazão aos processos “de massa”.

Junto com o mundo das tecnologias, também tem a figura da chamada “advocacia 4.0”, que nada mais é do que o modelo da advocacia de uma nova era. Abandonando pré-conceitos, hoje exige-se mais habilidades do advogado do que apenas o saber teórico.

Observando o caminhar da profissão, ainda que pelo curtíssimo tempo na área, é possível perceber que a figura do advogado estritamente intelectual não mais atende a complexidade e as exigências do mercado.

Tal raciocínio é ainda mais evidente quando inserido no âmbito de uma advocacia empresarial (mas não somente ela), a qual é dever do advogado conhecer e participar da cultura corporativa da empresa, do nicho de mercado, das estratégias de vendas, clientes, equipes, e, sobretudo, estar por dentro dos números e às necessidades financeiras do negócio.

Mais que teses jurídicas muito bem estruturadas e fundamentadas, é preciso ir além, olhar para “fora da caixa”. As novas tecnologias e ferramentas estão aí para isso, para ajudar o advogado a transformar o então processo em números.

Trazer o conteúdo teórico para uma ciência de dados (em números) é fundamental para atender as necessidades de um negócio. Pensar na advocacia alinhada com as políticas financeiras e de gestão da empresa será fundamental para a tomada de decisão.

A hora de quebrarmos os padrões e nos aventurarmos ao que a tecnologia nos proporciona é agora. O futuro que dizia não tão distante, já está batendo na porta. Perder o medo dos números e ser um agente transformador é o que mercado nos exige, e que há tanto a ser explorado.