Bitcoin, o sonho do crime organizado.
O bitcoin e as criptomoedas, são o sonho daqueles que querem movimentar vultuosas quantias sem deixar rastros.
Um dos maiores desafios que o crime organizado sempre enfrentou, foi o branqueamento de capitais, ou como o criminoso ítalo-americano fez ficar conhecido como "lavagem de dinheiro".
O crime organizado quase sempre é uma atividade muito rentável, a pouca concorrência que é causada pelo medo da prática delituosa, ou pela eliminação dos concorrentes menores, faz com que quase sempre aqueles que se dedicam a atividade criminosa possa auferir grandes lucros em curtos espaços de tempo. Mas como tudo na vida, isso também cria um novo problema para os criminosos e as organizações criminosas.
Quem já assistiu o Lobo de Wall Street, lembra da cena onde o criminoso interpretado por Leonardo Di Caprio envia pessoas com dinheiro preso ao corpo para a Suíça, onde deposita todo o dinheiro em uma conta em nome de terceiros. O problema logístico é visível, mesmo naquela época, transportar dinheiro já era difícil. Hoje, ao contrário da época de Pablo Escobar, quase todos os países do mundo possuem radares que cobrem todo o território nacional, é difícil transportar dinheiro por avião como era feito na época. Existem os custos logísticos de transporte, o eventual risco de traição, pois é muito fácil desaparecer do mapa com dezenas ou centenas de milhões de reais em espécie e não registrados.
AL Capone desenvolveu uma sofisticada técnica de lavagem de dinheiro das rendas auferidas do crime organizado, porém, na atualidade, o sistema financeiro de quase todos os países possuem técnicas sofisticadas para coibir tais práticas. No Brasil por exemplo, qualquer depósito a partir de R$2.000,00 precisa ser notificado ao Banco Central, que repassa ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Cada transação realizada pelo sistema financeiro deixa rastros, e tais rastros quando bem investigados, conduzem a destinação final do capital branqueado. Por isso a maioria dos criminosos ainda preferem movimentações em espécie.
Porém, a tecnologia criou o sonho de todos os criminosos, algo que foi criado com o intuito de ajudar especialmente pessoas que vivem em países sob ditaduras e que precisam movimentar ativos. Qualquer pessoa pode comprar na internet um pen-drive carteira que pode armazenar bitcoin ou qualquer criptoativo. Esqueça o dinheiro preso ao corpo com fita adesiva, os aviões de Pablo Escobar, os caminhões carregados, os carros com fundos falsos. Basta carregar consigo um pen drive e você pode transportar CENTENAS DE MILHÕES ou até BILHÕES, sem levantar quaisquer suspeitas.
Além dos crimes comuns, isso se torna um prato cheio para as chamadas pirâmides financeiras, pois o grande problema era sumir com o capital aplicado nos golpes. Hoje basta transferir tudo para uma carteira em um pen-drive, pegar um avião para qualquer lugar do mundo, e num piscar de olhos você retirou milhões de reais que NUNCA SERÃO RASTREADOS, e que você poderá usufruir onde quer que você esteja. Isto sem falar nas pirâmides que você transfere a posse do seu criptoativo para terceiros, o bitcoin e outras criptomoedas pertencem a quem de fato estiver com sua posse/propriedade. Se você entregar um pen-drive e as chaves de segurança a uma pessoa, e ela sumir com isso, você perdeu todos os bitcoins ou criptoativos ali contidos.
A atividade de lavar dinheiro é algo que sempre praticou todos os grandes criminosos, do colarinho branco ao traficante de armas, é muito difícil que alguém com renda formal incompatível as suas aquisições, passe despercebido após uma minuciosa investigação. Tudo isso parece ter sido facilitado pelo Bitcoin, afinal de contas, quando quiser fugir, especialmente em países sem controle de fronteira como o Brasil. O criminoso pode pegar sua carteira de ativos criptografados, atravessar a fronteira com sua família, enquanto desfruta em alguma ilha paradisíaca ao redor do mundo os milhões ou bilhões ganhos com a atividade criminosa.
Quem deve estar com raiva é Pablo Escobar, que pelo visto nasceu na época errada.
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