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29 de Abril de 2024

Intervenção Federal no Rio de Janeiro

Mais uma piada sem graça.

há 6 anos

É óbvio o sentimento de esperança de dias melhores para o cidadão fluminense com a tão veiculada intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro.

Mas esse sentimento é utópico e não corresponde à realidade do resultado final da intervenção.

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Não se pode esquecer que a tranquilidade no Rio de Janeiro nas últimas décadas esteve condicionada aos eventos de grande vulto ocorridos naquela Unidade Federativa (Olimpíada e Copa do Mundo), quando as forças armadas foram designadas para garantir a ordem pública, durante os eventos, no fundo, a fim de não manchar a imagem dos chefes do executivo no cenário mundial.

A intervenção não deve ser encarada pela população como sendo uma resposta do Estado à criminalidade desenfreada, mas sim a mais um show de pirotecnia realizado no ano de eleição presidencial.

Sabemos que o crime, em que pese ser chamado de organizado, não possui uma estrutura fixa no que respeita aos seus componentes. Isso, por si só, já destrói toda e qualquer possibilidade de, unicamente por meio de intervenções de segurança, acabar ou sequer dar início a uma mudança de rumo na sociedade, considerando o cenário atual.

Os estudos bélicos são baseados no confronto de forças convencionais, ou seja, em forças onde se conhece a estrutura do oponente, seus líderes, liderados, bem como suas possibilidades de combate.

O combate havido entre forças convencionais são marcados pelos início e fim, devidamente documentados por decretos e o confronto acaba quando um dos lados se rende ou é destruído.

Ocorre que no Brasil, em especial, no Rio de Janeiro, a situação é de guerrilha, a mais temida forma de praticar violência, eis que não convencional e sem uma estrutura organizacional definida. Isso significa que não há quem ou o que combater.

O país não tem estrutura mínima necessária para combater a guerrilha instalada no Rio de Janeiro e que se ramifica nos demais Estados do País.

Não temos dúvidas de que o Exército Brasileiro fará o seu melhor para que a missão seja cumprida, mas ao final, quando o decreto de intervenção perder seu vigor, a desordem se reinstala e acomoda como a água que se acomoda no fundo de uma piscina.

O crime no brasil é diferente de tudo aquilo que se já se estudou ou observou no mundo. Digo isso porque não há um cabeça insubstituível nas facções criminosas. As lideranças brotam do nada como erva daninha.

O povo brasileiro tem que entender que não há nomes fortes no tráfico de drogas. Há sim, mitos criados pelas próprias forças de segurança para que a população sinta pequenos flashes de alívio quando esses ícones criados são capturados ou abatidos.

Reveja na última década a quantidade e diversidade de meliantes capturados sob o título de o mais procurados pelo Estado (Nem, Rogério 157, Beira Mar, Sem Cérebro, PQD etc etc etc). Essas lideranças na verdade não existem, não são formados, mas criados pelo Estado. São apenas interinos na verticalização do comando do crime organizado. São nomes criados pelo estado a fim de promover um inexistente combate ao crime.

Não confundam o tráfico do Rio de Janeiro com as séries de Pablo Escobar da Netflix. São completamente diferentes. Lá se tinha o cabeça definido e alvo a ser destruído. Aqui, tem-se um meliante, como todos sanguinários, que uma semana antes do abate ou captura do seu pseudo chefe, jamais pensou em se tornar famoso. O estado promove a fama para ter o que mostrar para a população.

Basta acessar ao site www.procurados.org.br. Estar ali, naquele site, para os meliantes desqualificados, é questão de status. Bom para o bandido promovido que tem seu momento de fama, bom para o estado proporcionar uma cena de eficiência para a população.

No Brasil, as facções e os poderes públicos estão numa condição de metástase, espalhando-se, ainda espalhando-se, por todo o organismos nacional. Políticos, servidores concursados, comissionados e por aí vai.

O que se pode afirmar quanto a essa intervenção é que o Exército Brasileiro vai sim efetuar uma boa manobra de combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, limitada pelo sucateamento, pelo interesses políticos e pela supervisão das organizações que promovem a aplicação dos direitos humanos.

Não haverá rios de sangue como profetizam os ferrenhos defensores do extermínio pois, lembrem-se, essa intervenção é de cunho político, e só, em ano de eleição e cujo objetivo principal é voltar a atenção dos compatriotas para as matérias jornalísticas, a fim de que não observem o desenrolar das outras situações que acontecem no Brasil, aqueles assassinatos em massa, promovidos pelos nossos representantes, que matam por asfixia lenta e contínua a população do brasil.

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