2º Curso de Formação de Agentes Multiplicadores em Prevenção às Drogas - Tema: SEXUALIDADE, DROGAS E PREVENÇÃO.
Palestrantes: Dr. Luiz Guilherme da Rocha Pinto, psicólogo Magister en Prevención y Assistência de las Drogadependencias USAL - Buenos Aires, Terapeuta de família. Docente do Curso de Pós-Graduação de Álcool e Drogas PUC- Rio.
Analisou-se os conceitos de Dependência Química, Adicção, Drogadicção, Drogadependência, Toxicomania, Transtorno por Uso de Substância (TUS). Proposta de uma discussão sobre o uso de substâncias associado aos comportamentos sexuais de risco e as disfunções sexuais. A sexualidade é importante marcador de qualidade de vida e da saúde sexual, como fator de prevenção de recaída. No entanto, os serviços de tratamento a dependentes químicos não incluem o tema da sexualidade em suas grades de intervenções terapêuticas. A sexualidade é um conceito abrangente, não limitado a atividade sexual, permeia todas as fases do desenvolvimento humano, sendo influenciada por fatores orgânicos, culturais, sociais e psicológicos. Destacou-se que Freud em suas publicações enfatizou a sexualidade como um importante marcador para a saúde do sujeito e sobretudo como cada um a expressa. Apenas em 1987, a homossexualidade foi definitivamente extinta da categoria diagnóstica do Código Internacional das Doenças (CID), hoje reconhecida como opção sexual e não uma patologia. Marcos significativos: anos 1960, o aparecimento da pílula anticoncepcional, grande divisor da dissociação entre ato sexual e reprodução, revolucionando os valores e as normas relativas à sexualidade desde então. Depois nos anos 1990, o Viagra, por melhorar a qualidade dos relacionamentos afetivos e propiciar satisfação sexual. O álcool possui ação depressora podendo causar sonolência e diminuir o desejo sexual. Drogas estimulantes, principalmente cocaína inalada e Ecstasy parecem promover no sujeito a maior sensibilidade. O sexo como moeda para conseguir o Crack envolve graves riscos. O ácido GamaHidroxibutirato (GHB) foi utilizado como suplemento alimentar entre fisiculturistas e adeptos de exercício físico na década de 1980. Desde os anos 1990, tem sido apreciado pelos jovens frequentadores de boates e danceterias, como uma club drug. O uso de metanfetamina vem aumentando nas comunidades gay, em boates e festas. Ocorre um estímulo sexual, uma liberação maior e aumenta o risco de infecção por HIV. Homens dependentes de tabaco, abusadores de álcool e outras drogas sofrem de Disfunção Erétil (DE).
Patrícia Carolina Rosa Batista, Psicóloga Especialista em Dependência Química.
Segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, 95% dos homens e 84,7% das mulheres reportaram atividade sexual nos 12 meses anteriores à pesquisa. Quanto ao sexo desprotegido, de maneira geral as mulheres fazem menos uso de preservativo nas relações sexuais do que os homens, sendo que 43,6% delas admitiram que nunca usam camisinha; entre os homens, essa taxa foi de 34,9%. (Bregantini, 2004). O sexo desprotegido é fator de alto risco cerca de 80% das transmissões do HIV decorrem da falta do uso de preservativo. Numa perspectiva mundial, 5% dos adolescentes contraem algum tipo de infecção sexualmente transmissível a cada ano. A compulsão sexual: dependência de sexo, comportamento sexual compulsivo, impulso sexual excessivo, afeta cerca de 5 a 6% da população Norteamericana. Na recuperação do adicto, parece que a substituição da droga pelo relacionamento sexo afetivo tem uma explicação neuropsicofisiológica pois promove estímulos diversos que, para muitos se torna uma substituição perfeita. A irmandade Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (DASA) em seu programa de recuperação, dá um foco específico para as questões da sexualidade. Porém ainda é um terreno que precisa ser muito explorado com pesquisas e publicações. O programa de prevenção primária,quer evitar ou retardar a experimentação do uso de drogas; a prevenção secundária busca atingir as pessoas que experimentaram e fazem uso ocasional de drogas, no intuito de evitar que o uso se torne nocivo, com possível evolução para dependência; a prevenção terciária, corresponde ao tratamento do uso nocivo ou da dependência. Portanto, ações preventivas devem fazer parte do cotidiano da sociedade, envolvendo os profissionais da Saúde e da Educação.
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