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31 de Maio de 2024

A demora na concessão dos benefícios

Será que demora tanto mesmo?

Publicado por Dra Jennifer Paim
há 2 anos


Sempre que sai o resultado de um benefício que solicitei para um cliente, a primeira coisa que eu faço é ligar pra ele e dar a boa notícia. É a minha maior satisfação.

Minha filosofia profissional é bastante utilitarista, busco fazer o melhor para todos os meus clientes. Nunca coloquei o financeiro antes do bom trabalho. Acho que um é consequência do outro (o primeiro é consequência do segundo).

A única dica que eu dou nesse artigo para responder a pergunta sobre a demora nos processos previdenciários é a seguinte: conheça o profissional que está cuidando dos seus direitos. Se não conhece, fique "em cima" durante todo o processo. Cobre, solicite como está o andamento, questione o motivo da demora, acompanhe junto, pedindo senhas e chaves processuais. Mas não entregue seus direitos a quem não pode confiar.

Quando trabalhei em outros escritórios ainda como secretária jurídica, antes de me tornar advogada, a regra era a seguinte: "diz pra fulano (cliente) que demora mesmo, não tem o que fazer". Orientação que eu recebia dos meus superiores para informar aos clientes.

Com o andar dos processos e minhas habilidades previdenciárias, eu identificava o porque que os processos "não andavam". Por pura estratégia comercial do escritório (pra não dizer outra coisa). E na verdade, tinha o que fazer sim. Fazer o pedido corretamente e passados seis meses, entrar com mandado de segurança.

Vou te explicar melhor o que acontecia: quando o cliente deixava os documentos no escritório pra que fosse solicitado um benefício, era determinada prioridade ZERO naquele processo. Quanto mais demorasse, "melhor" (melhor para o escritório).

Mas por que isso? Te explico também: quando esse cliente ia a primeira vez no escritório, qual era o primeiro documento que ele assinava? Se você pensou em CONTRATO, acertou. E os contratos previdenciários quase sempre tem a cláusula de pagamento definida por "tantos por cento dos benefícios ATRASADOS".

Entendeu agora porque em muitos casos atrasa tanto? É porque enquanto o processo não anda e não termina, está acumulando valores atrasados, e isso é bom para o escritório. Para o doente e o idoso que dependem do benefício pra ontem, não é tão bom assim...

Não é uma regra que isso acontece em todos os escritórios de advocacia do mundo. Como em toda a categoria, existem profissionais bons e ruins. Infelizmente, aconteceu pelos escritórios que passei como "empregada" (expressão entre aspas porque a má-fé dos meus colegas era tão grande que nem registro de empregada ou contrato eu tinha).

E também acontece mesmo de o INSS demorar para responder, só que há um remédio constitucional para essa demora chamado mandado de segurança, nem sempre utilizado. Quando o benefício fica mais de seis meses com status "em análise" é possível entrar com o mandado judicial, que força a autarquia a responder.

Mas isso foi bom para o meu crescimento e evolução profissional. A angústia de ver os processos parados, ou quando a aposentadoria do Seu José e o auxílio doença da Dona Maria eram concedidos e eu não podia contar pra eles porque tinha que "deixar acumular atrasados" me ensinou o jeito certo de fazer a advocacia previdenciária.

Por isso, hoje, no meu escritório, sou completamente transparente com meus clientes, pra que eles saibam tudo o que acontece do início ao fim do seu processo. Passo chaves, senhas, envio prints do andamento, informo sempre que acho que precisa informar sobre o que estou trabalhando no processo.

O resultado disso é a confiança. É a certeza de que meu trabalho será recomendado e comentado por ser disciplinado, ágil e transparente. Levo o Direito muito a sério, e jamais coloco meus interesses à frente dos direitos de alguém.

Por isso reforço a recomendação: conheça o profissional que está cuidando dos seus direitos.

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/a-demora-na-concessao-dos-beneficios/1676928259

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