"A imprensa brasileira optou pelo sensacionalismo"
O diretor-presidente da Agência Dinheiro Vivo, Luís Nassif, afirmou que foi nos anos 1990 que a imprensa brasileira optou pelo modelo sensacionalista de fabricar informações, pois a notícia começou a ser vista ainda mais como produto. "Esse modelo acabou sendo padrão dos anos 90. Optou-se pelo sensacionalismo e pela escandalização do nada. O que enfraqueceu os jornais impressos mais tarde", analisou.
Nassif argumentou que os jornais brasileiros, muito segmentados e opinativos até meados do século passado, começaram a pensar o público de forma ampla somente ao final dos anos 60, em função do mercado e do surgimento das agências de publicidade e empresas com foco no cliente. Ele reconheceu que a modernização do jornalismo brasileiro se deu devido à visão de mercado de duas empresas: Rede Globo, com o chamado "padrão Globo de Qualidade" e editora Abril, com foco no jornalismo de entretenimento. "Aquela visão de mercado da Globo foi o diferencial. E a Abril conquistou o público com o entretenimento e revistas femininas. Eles apostaram em um público mais amplo".
Foi a partir do enfraquecimento dos jornais, em meados dos anos 90, que a internet e os blogs criaram força, chegando, de acordo com o jornalista, um público órfão de informações mais aprofundadas e de pluralidade. Segundo Nassif, a informação produzida hoje na internet fomenta um processo de construção de conhecimento imenso.
Para ele, os blogs trazem uma nova ótica das notícias, pois tem participação dos leitores. "Num futuro próximo terá audiência somente quem tiver mais informações e fizer as melhores análises", finalizou.
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