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4 de Maio de 2024
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    A um clique de um grande amor

    Por mais que ainda haja preconceito, os chats de paquera podem ser bem picantes, sem descambar para o sexo mais barato e vulgar

    Publicado por Câmara dos Deputados
    há 8 anos

    Alto, magro, de olhos claros e... fogoso!!! Uau!!! Ou talvez gata, intelectual, descolada, e corpo de melancia. Não, não estou lendo a sessão de prestação de serviços sexuais dos classificados. Ahhh, isso virou coisa do passado, comeu poeira. Os perfis acima estão nos diversos sites de namoro na internet. Eu sei que, hoje, o mundo virtual mistura sexo, com amizade, e um tanto de pegação, mas, acreditem: namorar na web pode dar até casamento!

    Os sites mais modernos de namoro estão consagrando um mundo que estava na clandestinidade dos filmes de drama, num belo clichê marido-carente-de-sexo-buscando-aventuras-na-internet. Hoje não é mais assim. Por mais que ainda haja preconceito, os chats de paquera podem ser bem picantes, sem descambar para o sexo mais barato e vulgar.

    Outro dia eu perguntei a um grupo de colegas, no meio virtual: você já namorou na internet? Recebi apenas uma resposta: sim, as pessoas não são apenas tímidas por terem que recorrer a um ambiente virtual nessa difícil tarefa de encontrar a alma gêmea. Tem vergonha de encontrem o chefe, o vizinho, ou aquela tia distante e carola, ou até mesmo o ex-companheiro. Pense bem que saia justa! Você dar de cara com a ex-mulher num Tinder da vida, um dos aplicativos mais conhecidos nesses terrenos da busca amorosa?

    Soube de uma história em que marido e mulher, insatisfeitos com o casamento, resolveram partir para a paquera virtual, criaram perfis falsos e saíram rodando a bolsinha por aí. Se curtiram, começaram a conversar e, quando se encontraram, ficaram chocados – e zangados – com a coincidência: simplesmente se apaixonaram um pelo outro pela segunda vez. Coisa do destino, não? Mas a confiança se quebrou e não sei como terminou a história. Pois na internet rola assim química, empatia, e uma espécie de “olho no olho” na forma de palavras. Muitas vezes, com dois cliques, você já percebe que aquele cara não tem nada a ver com você.

    Um amigo meu, empresário bem sucedido que produz revistas sobre tecnologia vendida eletronicamente em mais de 10 países, fez um diagnóstico aterrador: seu critério básico de busca não é o tamanho da cintura ou o sorriso mata leão, mas o Português!!! É onde as meninas e os rapazes deslizam mais na paquera eletrônica. Basta escrever cheguei com x, e, meu Deus, o romance acabou!!!

    Para muitos, o maior medo na internet “pegação” não é encontrar um tarado pela frente: é muito pouco provável que um serial killer tenha paciência para a ralação que é ficar conversando com 10 meninas ao mesmo tempo, naquele papo amarrado de: “o que você faz?” , ou onde você mora, é blá blá blá. O risco maior é pegar um canhão no meio encontro, e você acaba morrendo de decepção, e não de verdade, ao descobrir que aquela foto do gato era de 20 anos atrás!!!

    Não tem dica para quem quer se aventurar nas ondas dos namoros na Internet, mas sei de uma quarentona muito enxuta que está indo para Portugal se casar no próximo mês, feliz da vida, com seu novo companheiro português, que fisgou ao disputar com as lindas meninas polonesas, russas ou búlgaras. Ponto para o Brasil ao conquistar o coração do fidalgo português, no centro de Portugal.

    Para quem já passou da idade do “e aí, gata?”, a internet e sua economia de nichos oferece uma vantagem competitiva fantástica: você pode escolher o seu parceiro, ou melhor, potenciais parceiros, com poderosos filtros de seleção, como idade, sexo, isso mesmo, para os homoafetivos, profissão, cor da pele, altura e, até mesmo, é claro, conta bancária!!! É o amor na sua dose mais pragmática, você só verá ou será visto dentro dessa moldura do príncipe ou da princesa que, via de regra, não existe na vida real!!! É claro que o risco de ficar chupando o dedo é enorme. Ou, até mesmo, adquirir uma ler – lesão por esforço repetitivo – por tanto cliques para dispensar as opções do cardápio erótico-afetivo à sua frente.

    Os especialistas no amor digital têm algumas regras e derrubam alguns chavões. Número 1: para de besteiro, há muito mais do que sexo casual na paquera virtual. Homens e mulheres são carentes e todos desejam um bom abraço e adorariam encontrar um parceiro legal e fiel. Tudo igual neste quesito! É claro que a lei da oferta e da procura atrapalha essa conta de somar. Quanto mais assediado o cara, ou a garota, mais efêmero é o contato. Busque pessoas reais, e não um rosto bonito, se não quiser perdem tempo no terreno da magia eletrônica!!! Ou, então, você pode criar a sua garota digital, linda, de franjas, cabelos de ébano, curvas de Fórmula 1 e submissa ao extremo, mas sem cheiro, sem textura, sem gosto, enfim, um tédio para os sentidos, puro botox digital.

    Para bancar o cupido virtual, eu daria uma boa dica para quem quer trocar a mesa do bar por um teclado em forma de coração, e eu até recomendo: o resultado pode ser muito mais eficaz. Mas o tesão, neste caso, deve sair do visual para o mental! Nada substituiu um bom bate papo, por alguns dias seguidos, antes do primeiro encontro. Afinidade, empatia, bom humor, uma boa dose de educação são essenciais para qualquer vida a dois em direção àquilo que a sociedade ocidental idealizou como felicidade!!! Como todos nós sabemos, os tempos de Barbie e Falcão já acabaram. Hoje em dia, até mesmo as bruxinhas podem ser encantadoras. Ela só precisa encontrar o seu Merlin, o mago mais famoso de todos os tempos! Na rede de relacionamentos que a internet é, você pode se casar, descasar, juntar ou fazer juras eternas de amor!!! Mas uma coisa é certa: só fica sozinho quem quer!!!

    ***Poderá haver diferenças entre o texto escrito e a coluna realizada ao vivo no programa "Com a Palavra", da Rádio Câmara***

    Roteiro – Beth Veloso
    Apresentação – Mariana Monteiro e Márcio Salema
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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/a-um-clique-de-um-grande-amor/344717573

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