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29 de Maio de 2024
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    Abundantes nos córregos, cágados estão sobrevivendo às calamidades e ao lixo

    Eles parecem lentos e ingênuos, sujeitos a todo tipo de intempéries e suas consequências. Só parecem. Os cágados, répteis abundantes nos rios e córregos de Campo Grande, são ariscos e espertos o suficiente para superar as enchentes provocadas pelas chuvas torrenciais características do verão local. A constatação foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que monitoram a movimentação destes animais na cidade.

    A população de tartarugas da Capital é composta, em grande maioria, pelo Phrynops geoffroanus, ou, cágado-de-barbicha, que recebe este nome por apresentar dois apêndices embaixo do queixo. Os adultos chegam a pesar quatro quilos, medindo até 40 centímetros de comprimento. Seu tempo médio de vida é de 70 anos, mas pode chegar a 100.

    O biólogo e professor Luiz Gustavo Oliveira-Santos está à frente do Laboratório de Ecologia de Populações e Movimento da UFMS, que estuda o deslocamento de capivaras, araras e cágados no perímetro urbano de Campo Grande. Uma das primeiras preocupações do grupo foi descobrir o que acontece com os cágados-de-barbicha quando a cidade é atingida por grandes enchentes, que criam alagamentos e fortes correntezas nos cursos d’água onde vivem os animais.

    A resposta para o questionamento surpreendeu até os próprios pesquisadores, segundo conta Oliveira-Santos. “Ao invés de botar GPS [nos cágados], a gente fez um número nas costas dele. A gente podia botar o animal no rio e ficar na beira olhando para ver se aparecia. Então, mês a mês, quando chovia muito, a gente corria lá no outro dia para ver se os animais tinham sumido, mas eles continuavam lá. Esses animais não são levados pelas enchentes magníficas em Campo Grande”.

    O pesquisador detalha que os cágados se alojam no fundo do curso d’água, onde a força da correnteza é muito menor. A água é mais potente na superfície, a exemplo do que acontece com o movimento das ondas no mar. “Se você mergulha, é um remanso. Dentro d’água não é tão violento como parece a nossos olhos”, compara.

    Outro fator que contribui para a proteção dos cágados-de-barbicha durante uma enchente é a formação das margens dos rios e córregos. “As laterais são cavadas. A gente percebe que os animais se escondem ali”, continua.

    Em três anos de pesquisa, foram catalogados e rastreados 119 tartarugas, das quais 13 por meio do sistema de posicionamento global, o GPS. A maior parte foi registrada nos córregos Bandeira e Cabaça, que cortam a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da UFMS. A intenção é expandir os trabalhos para mais regiões da cidade.

    Fonte: Correio do Estado

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