Acordo do MPF resulta na implantação de sítio geológico com registro da extinção dos dinossauros
Área é a primeira na América do Sul e única no Brasil com vestígios claros da queda de meteorito que, há 66 milhões de anos, teria levado à extinção em massa de espécies
Acordo firmado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) resultou na implantação do primeiro sítio geológico na América do Sul aberto à visitação de acadêmicos e pesquisadores. O espaço fica no município de Paulista, no Grande Recife, e foi inaugurado na última semana, denominado Geossítio K-Pg Mina Poty. O responsável pelo caso é o procurador da República Edson Virgínio Cavalcante Júnior.
O sítio geológico é o primeiro e único na América do Sul em que foram identificados registros científicos do impacto de meteorito de aproximadamente 15 km de diâmetro na península do Yucatán, no México, há 66 milhões de anos, que teria levado à extinção em massa das espécies vivas do Planeta Terra. Essa é a hipótese mais provável para o fim dos dinossauros, na transição entre os períodos geológicos Cretáceo e Paleógeno.
O impacto do meteorito teria causado, entre outros efeitos no planeta, enormes tsunamis com força para arrastar diversos tipos de materiais. Registros desses sedimentos foram identificados nas rochas do Geossítio K-Pg Mina Poty. Outro dos indícios do cataclismo percebidos no local é uma fina camada de irídio (elemento químico mais comum no espaço do que na Terra) e microesférulas (grãos de vidro microscópicos produzidos pelo impacto) presente nas rochas.
Termo de compromisso – O MPF articulou a adoção de medidas de proteção e preservação do geossítio desde 2013. Foram ouvidos diversos especialistas e estudiosos sobre o tema. O objetivo foi estabelecer medidas para conciliar as atividades de mineração que existiam no local com medidas de proteção e geoconservação da área, possibilitando a pesquisa científica e visitação desse patrimônio geológico.
A empresa Votorantim Cimentos, que detém o direito de lavra outorgado pela União, assinou termo de compromisso com o MPF em 2016. Também tomaram parte no acordo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o município de Paulista. A organização de visitas científicas ao local, conforme previsto no acordo, foi objeto de convênio pactuado entre a empresa e a UFPE.
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