Advogado Maurício Dal Agnol se apresenta à Justiça de Passo Fundo
O advogado Maurício Dal Agnol, apontado pela Polícia Federal como líder de uma quadrilha que teria desviado cerca de R$ 100 milhões de clientes em ações ganhas na justiça - contra a extinta CRT, sucedida pela Brasil Telecom (atual Oi), se apresentou no final da tarde de quarta-feira (18) ao juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Passo Fundo. O comparecimento ocorreu 13 dias antes do encerramento do prazo de salvo-conduto concedido pela 6ª Câmara Criminal do TJRS.
Maurício Dal Agnol chegou ao Fórum às 17h45m numa caminhonete Land Rover acompanhado por advogados e seguranças entrando rapidamente no prédio. As informações são da Rádio Uirapuru.
O advogado - que está suspenso preventivamente pela OAB-RS - se dirigiu a 3ª Vara Criminal, no 3º andar do prédio, de onde os jornalistas, que o esperavam desde o início do expediente, haviam sido afastados pelos seguranças do Fórum por ordem da juíza.
Sem a presença da imprensa, Dal Agnol entrou e entregou o passaporte como havia sido determinado pelo Tribunal de Justiça.
Além disso, o advogado foi informado das outras condições cautelares impostas pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, quando do deferimento da suspensão da ordem de prisão preventiva e da concessão do salvo-conduto de 30 dias para que se apresentasse em juízo. Ele terá que comparecer semanalmente, em juízo, às segunda e sextas-feiras, para informar e justificar suas atividades; proibição de manter contatos com as vítimas, salvo se tiver autorização judicial expressa.
Além disso, ele terá recolhimento domiciliar, diariamente, no período entre 21h e 6h do dia seguinte. A fiança arbitrada em R$ 1.626,734,75 já havia sido paga dias atrás pelos seus advogados.
O cumprimento das formalidades de apresentação de Dal Agnol durou pouco mais de 30 minutos. Assim que à Rádio Uirapuru, emissora local de Passo Fundo, começou a noticiar que o advogado havia se apresentado, motoristas que passavam pela rua em frente e nos fundos do Fórum promoveram um buzinaço de protesto e um grande número de populares se concentraram nas duas saídas do prédio. Na saída, o advogado teve que passar pelo meio de populares, que - aos gritos de ladrão, ladrão" - exigiam justiça.
Protegido por seguranças particulares, ele embarcou na Land Rover saindo rapidamente com o semblante fechado e sem responder perguntas feitas por jornalistas.
Ele estava sumido de Passo Fundo desde fevereiro, quando a Polícia Federal desbaratou, durante a Operação Carmelina, a quadrilha formada por advogados e contadores que teria lesado mais de 30 mil clientes no Rio Grande do Sul.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha liderada por Dal Agnol se apropriava indebitamente de valores ganhos por clientes em ações contra a Brasil Telecom. O delegado federal Mário Luiz Vieira, que comandou a investigação, estima que mais de 30 mil clientes foram lesados.
O nome da operação Carmelina foi uma referência a uma das clientes do advogado, que não recebeu o dinheiro da ação a que tinha direito e morreu de câncer.
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