Agropacto debate ações para convivência com a estiagem no Ceará

O Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense (Agropacto) e a Comissão Especial da Transposição do Rio São Francisco da Assembleia Legislativa debateram, na manhã desta terça-feira (06/12), no Complexo de Comissões Técnicas da Casa, ações e perspectivas para o agronegócio, a partir da baixa quadra invernosa no Ceará.

Segundo o presidente do colegiado, deputado Carlos Matos (PSDB), que solicitou o debate, é preciso executar ações de combate à estiagem antes mesmo de saber as previsões da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). “Mesmo que a Funceme diga que teremos bom inverno em 2017, o Ceará passou por muitos anos de estiagem e seria necessário muita chuva para normalizar a situação do solo. O certo é se preparar para a seca e evitar maiores problemas como o que estamos enfrentando atualmente”, assinalou.

Para o parlamentar, é preciso trabalhar programas de Governo, perfuração de poços profundos, reuso da água, além de outras alternativas para a convivência com a seca. “O que estamos vivendo hoje é uma seca anunciada. O Governo sabia que viriam anos de estiagem mas, mesmo com ações de combate, não foi o suficiente. Precisamos de outras iniciativas que possam garantir o abastecimento de água para o Nordeste”, disse.

O presidente do Agropacto, Flávio Saboya, ressaltou a necessidade de trabalhar com o homem do campo um programa de Desenvolvimento Agropecuário para Convivência com a Seca. Conforme Saboya, é preciso sensibilizar os nordestinos para as mudanças; fomentar a produção e comercialização de ferragens, além de implantar iniciativas que induzam as pessoas a garantir reservas estratégicas e guardar alimento para o gado. “Criar um perfil de autossustentabilidade no Ceará é uma ação que pode salvar muitas famílias”, salientou.

Flávio Saboya comentou ainda sobre o Fórum Nacional de Seguro Rural e o Papel na Convivência com as Secas no Nordeste Brasileiro. O evento vai acontecer na quinta-feira (08/12) no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), a partir das 8h.

O secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Dedé Teixeira, enfatizou que a estiagem não pode deixar de ser debatida. “Na pauta do Governo, a seca sempre precisa estar presente. É necessário somar esforços e desenvolver medidas emergenciais e a longo prazo para a convivência com a seca”, disse.

O deputado Ely Aguiar (PSDC) destacou um projeto, de sua autoria, sugerindo ao Governo do Estado o Fórum Permanente de Debate sobre a Seca. “Esta iniciativa foi aprovada na Casa, mas ainda está engavetada. Seria importante colocar em prática já que debater a estiagem com técnicos, secretários e os próprios agricultores vai nos ajudar a entender melhor os problemas e, a partir disto, desenvolver ações de combate à seca”, observou.

Participaram do evento representantes do Banco do Nordeste (BNB); da Secretaria de Agricultura, Pesca a Aquicultura do Estado; do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas Empresas (Sebrae); Associação Cearense dos Criadores de Camarão; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Federação das Indústrias do Estado (Fiec).

GM/AT