Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
4 de Maio de 2024

Alckmin diz 'não ver necessidade' em multar aumento de consumo d'água

Governador diz que 91% da população economizou água após campanha. Ele também afirmou que agência é quem define cobrança de tarifa extra.

Publicado por Ricardo Slash
há 10 anos

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (9) não ver "necessidade" na aplicação de multa a moradores que consumirem água em excesso. No entanto, o governador ressaltou que a decisão final caberia à Agência Reguladora de Água e Energia do Estado (Arsesp).

Alckmin tinha anunciado a sobretaxa em 21 de abril para moradores abastecidos pelo Sistema Cantareira caso registrassem aumento no consumo de água. A cobrança estava prevista para começar em maio, mas não foi aplicada desde então.

"Quem estabelece tarifa é a Arsesp. Eu não vejo necessidade mais [da cobrança] porque nós estamos com 91% da população que aderiu ao uso racional da água. Quase metade, mais de 40% ganhou o bônus. Mas é a Arsesp que decide", disse Alckmin após cerimônia de comemoração da Revolução Constitucionalista de 9 de Julho, na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, na Água Fria, na Zona Norte de São Paulo.

Alckmin tenta se reeleger ao cargo de governador no Palácio dos Bandeirantes e uma cobrança de tarifa poderia diminuir sua popularidade entre os eleitores.

Multa para gastos acima da média

Ao anunciar a multa, o governador tinha informado que quem gastasse acima da média pagaria conta 30% mais cara. Já os consumidores que conseguissem economizar 20% teriam desconto de 30%.

Segundo o governo, a multa foi planejada como forma de incentivar a economia de água em um momento de recorde negativo no nível dos reservatórios do Sistema Cantareira.

Queda constante no Sistema Cantareira

Nos primeiros seis meses do ano, o sistema acumulou quedas em 165 dias. O número significa que em 90% dos 181 dias do período o Cantareira entregou para a população mais água do que recebeu das chuvas. O conjunto de represas abastece 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

No período choveu 494,4 milímetros – 56,5% do índice previsto segundo a média histórica, que era de 875,1 milímetros. Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

A sequência de quedas é causada, principalmente, pela estiagem. Na semana passada, o comitê que acompanha a crise no Cantareira decidiu que a Sabesp deve fazer nova redução no volume de água retirada dos reservatórios do sistema. A Sabesp previa usar 20,9 metros cúbicos por segundo no mês de julho. Porém, o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (GTAG) recomendou à Agencia Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) que estabeleçam como meta o uso de 19,7 metros cúbicos por segundo na primeira quinzena do mês. Depois disso, a situação será reavaliada.

Nesta semana a Sabesp anunciou nova medida para auxiliar, indiretamente, parte da população que depende do Cantareira. O Sistema Rio Grande terá 500 litros por segundo destinados ao Sistema Alto Tietê, que já abastece parte da população que dependia do Cantareira.

Volume morto e campanhas

Após descartar o racionamento como solução, a Sabesp realizou obras para captar o chamado volume morto – reserva técnica que fica abaixo do nível das comportas. Essa água começou a ser retirada com a ajuda de bombas flutuantes em 16 de maio. Com a entrada de 182,5 bilhões de litros de água dessa reserva, o volume do sistema saltou de 8,2% para 26,7%. Em 30 de junho, o percentual chegou a 20,6%.

Nesta quinta-feira (3), o sistema atingiu pela primeira vez o total acumulado de 20% após o início do uso do volume morto. Se o uso do "fundo das represas" não entrasse na conta, o nível seria de 1,5% da capacidade.

No primeiro semestre, fevereiro foi o mês do ano com o maior total de pontos percentuais perdidos de água: 5,5 (veja tabela ao lado).

Apenas em seis dias nos seis primeiros meses do ano o nível do Cantareira subiu. Quatro deles foram em março, quando choveu 193,5 mm (9,4 mm a mais do que o esperado, que era 184,1 mm). Este foi o único mês em que o volume de precipitação superou o aguardado.

Queda constante em junho

Apesar de fevereiro ter sido o mês em que mais o Sistema Cantareira perdeu água, junho foi um dos mais críticos para o sistema. Além de já ter todas as medidas antirracionamento aplicadas - parte da população abastecida por outros sistemas, política de descontos, redução na vazão - e uma temperatura média 6,8º C menor do que em fevereiro, o mês de junho teve queda constante no nível de água e não apresentou recuperação em nenhum dia. Foram perdidos 4,2 pontos percentuais, uma média de 0,14 por dia. A crise se agravou pela baixa quantidade de chuvas na região. Bem abaixo da média de 56 milímetros, choveu apenas 15,9 milímetros durante todo o mês.

Em julho, mês de inverno e também com previsão de poucas chuvas, a crise deve continuar se agravando. Até agora ainda não choveu na região dos reservatórios durante os primeiros dias do mês.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, que também forneceu as temperaturas médias mensais de 2014, a previsão para julho é de poucas chuvas na região dos reservatórios.

Fonte - http://g1.globo.com/são-paulo/noticia/2014/07/alckmin-diz-nao-ver-necessidade-em-multar-aumento-de-c...

  • Sobre o autorEstudante de Direito
  • Publicações29
  • Seguidores25
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações43
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/alckmin-diz-nao-ver-necessidade-em-multar-aumento-de-consumo-d-agua/126687022

0 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)