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17 de Junho de 2024
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    Ales debate 100 anos de luta e conquista feminina no mundo

    A trajetória da mulher nos últimos 100 anos - suas lutas e as conquistas decorrentes delas - foi tema de debate em sessão especial ocorrida na noite desta quarta-feira (10) no Plenário Dirceu Cardoso, Assembleia Legislativa (Ales).

    O evento foi proposto pelo deputado Sargento Valter (PSB), e reuniu representantes de diversas entidades, que lembraram desde o 8 de março de 1917, marcado pela greve de operárias russas, até os dias atuais.

    A vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Marcia Machado, foi a primeira palestrante da noite. Lembrou a violência a qual a mulher é submetida até hoje, vítimas de seus próprios companheiros.

    Vice-presidente da CTB, Marcia Machado

    Ela criticou o sistema previdenciário, que não reconhece a dupla jornada da mulher e impõe uma aposentadoria tardia. “O trabalho da mulher é invisível”, lamentou, lembrando que a jornada diária da mulher é acrescida de cinco horas a mais em casa, executando tarefas domésticas.

    O vereador Juarez Vieira (PSB), de Vitória, prestigiou o evento, bem como a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-ES, Flavia Brandão, Carlos Lopes, vice-prefeito de Viana, e Luciana Bernardes, da União Brasileira de Mulheres (UBM).

    Vereador Juarez Vieira

    Presentes representantes da União da Juventude Socialista (UJS), do Conselho Estadual de Mulheres do Espírito Santo (Cedimes), Fórum de Mulheres e Confederação de Mulheres.

    Trabalho

    Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam que trabalhadores homens, analfabetos ou com curso superior, ganham mais que as mulheres com igual nível de escolaridade.

    A renda média mensal dos homens analfabetos, em dezembro de 2008, era de R$ 614, enquanto as mulheres receberam R$ 506. Os trabalhadores homens com formação superior receberam em média R$ 3,4 mil, contra R$ 2,6 mil recebidos pelas mulheres.

    Em contrapartida, as mulheres brasileiras passam mais tempo na escola que os homens, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea) alerta, porém, que os anos a mais de escolaridade não garantem inserção no mercado de trabalho. O índice de desemprego entre mulheres com curso superior é 30% maior do que entre os homens.

    Política

    Desde a eleição da paulista Carlota Pereira de Queiroz como deputada federal, em 1933, até os dias atuais, a atuação da mulher na política brasileira avançou, mas de forma tímida. Na Câmara Federal, dos 513 deputados apenas 45 são mulheres.

    No Senado, das 81 cadeiras 10 são ocupadas por mulheres. Em nenhuma das Casas as mulheres ocupam hoje cargos na Mesa Diretora. E, nos 185 anos de existência do Legislativo no Brasil, nenhuma mulher participou da Mesa Diretora na Câmara.

    A trajetória da mulher no Brasil:

    1879 - As mulheres ganharam o direito estudar em instituições de ensino superior, mas enfrentam preconceito.

    1885 - A carioca Chiquinha Gonzaga, compositora e pianista, estréia como maestrina - a primeira do país.

    1910 - Feministas como a professora baiana Leolinda Daltro e a escritora carioca Gilka Machado (pioneira no uso do erotismo na poesia feminina brasileira) fundaram o Partido Republicano Feminino, com o objetivo de mobilizar as mulheres na luta pelo direito de votar. 1928 - Em Lages, no Rio Grande do Norte, a potiguar Alzira Soriano de Souza é eleita a primeira prefeita da América Latina.

    1932 - O então presidente Getúlio Vargas assina o novo Código Eleitoral, onde a mulher conquista o direito de votar e ser votada.

    1933 - A paulista Carlota Pereira de Queiroz foi eleita a primeira deputada federal do Brasil.

    1934 - A educadora e jornalista catarinense Antonieta de Barros elegeu-se deputada federal, tornando-se a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil.

    1979 - Eunice Mafalda Michiles, nascida em São Paulo, torna-se a nossa primeira senadora.

    1985 - Criada a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM), em São Paulo.

    1988 - A Constituição Federal garante igualdade de direitos e obrigações a todos os brasileiros, assegurando que homens e mulheres são iguais perante a lei.

    1994 - A carioca Benedita da Silva foi eleita senadora, tornado-se a primeira senadora negra do Brasil.

    2003 - Criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com o objetivo de desenvolver ações para o estabelecimento da nossa plena cidadania.

    2000 - Ellen Gracie Northfleet torna-se ministra do Supremo Tribunal Federal e a única mulher a integral o Tribunal. Em 2006 ela assume o cargo de Presidente do Supremo, a primeira mulher a presidir o Tribunal.

    2006 - Sancionada a Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, chamada de Lei Maria da Penha, tornando o Brasil o 18.º país da América Latina a ter uma lei específica para os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

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