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Alesp promove seminário sobre criminalidade
Publicado por Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
há 8 anos
Assembleia Legislativa realizou nesta sexta-feira, 17/6, 1º Seminário de Segurança Pública "Criminalidade em Debate, uma iniciativa da Mesa Diretora da Casa, formada pelo presidente Fernando Capez, pelo 1º secretário Enio Tatto (PT) e pelo 2º secretário Edmir Chedid (DEM).
Capez afirmou que o seminário, primeiro de uma série, busca"traçar um panorama da segurança pública", além de"discutir propostas de solução". O debate, porém, confirma o presidente, tem por foco" as experiências e ações desenvolvidas nas comunidades ".
O superintendente regional da Polícia Federal no Estado de São Paulo, Disney Rosseti, repassou a história da corporação desde sua fundação em 1967, relembrando desde as operações contra contrabando de café e de madeira nos anos 1970, passando pelos anos 1980 e o combate ao narcotráfico, o caso Collor nos anos 1990, até chegar à Operação Lava Jato.
Rosseti advertiu que o combate à corrupção está longe de ser novidade e recordou a Operação Mosaico nos anos 1980, que levou à prisão do traficante Toninho Turco e à descoberta de um esquema de propina que envolvia diversas autoridades.
Na visão do superintendente, a história da PF,"polícia judiciária da União, nascida para combater a macrocriminalidade", não podia ser exitosa sem o arcabouço legislativo que se começou a instituir desde a Constituição de 1988.
Foi este instrumental novo, a exemplo da prisão temporária, do monitoramento telefônico, da quebra de sigilo bancário e fiscal, do programa de proteção a testemunhas, da lei da lavagem do dinheiro, da colaboração (ou delação) premiada, que veio criando um sistema penal e processual apto a combater o crime organizado.
José Carlos Blat, promotor criminal, defendeu a integração de todos os órgãos na guerra ao crime organizado. Segundo ele," é preciso unificar as três esferas de ação ", a criminal (o Ministério Público, a PF, as polícias), a cível e a administrativa, com a atuação da Receita Federal, da fiscalização, da apuração de improbidade etc.
Como primeiro integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), recordou sua luta contra a máfia dos fiscais em 1998, quando, segundo ele, esteve sob investigação" 70% da administração municipal ", e sua participação na Operação Anaconda, de 2003, quando se apurou ligação ilícita entre criminosos e membros do Poder Judiciário.
" Criar forças-tarefas permanentes e varas especializadas no Estado de São Paulo ", assegurou o promotor Blat, seria recurso indispensável no combate ao crime organizado.
Conflito e juventude
Na segunda etapa do seminário foi debatido a reforma econômica, social e financeira da cidade de Medellín, na Colômbia, pelo jornalista Waldheim Garcia Montoya, morador do local que tinha nos anos 2000 uma das mais altas taxas de homicídios, após a morte de um dos maiores traficantes, Pablo Escobar.
Montoya afirmou que perdeu muitos de seus amigos na época e que havia muitos grupos com ideais divergentes. Segundo ele," pobreza não se associa com violência "e o investimento na população deve ser prioridade máxima.
O jornalista contou que foi feito um acordo entre a administração da cidade e os principais chefes de crime, segundo o qual as crianças de Medellín ficariam proibidas de participar de qualquer milícia organizada.
O coronel José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, levantou estatísticas sobre a criminalidade e a mortalidade de jovens no Estado de São Paulo. Ele disse que há uma" dissuasão do sentido de autoridade da polícia "e apontou uma carência nas políticas na prevenção para evitar que os jovens ingressem no mundo do crime." Não temos uma política nacional de segurança pública ", resumiu o coronel. Também presente no seminário, o deputado Coronel Telhada (PSDB), que falou sobre o aprimoramento do crime organizado.
Capez afirmou que o seminário, primeiro de uma série, busca"traçar um panorama da segurança pública", além de"discutir propostas de solução". O debate, porém, confirma o presidente, tem por foco" as experiências e ações desenvolvidas nas comunidades ".
O superintendente regional da Polícia Federal no Estado de São Paulo, Disney Rosseti, repassou a história da corporação desde sua fundação em 1967, relembrando desde as operações contra contrabando de café e de madeira nos anos 1970, passando pelos anos 1980 e o combate ao narcotráfico, o caso Collor nos anos 1990, até chegar à Operação Lava Jato.
Rosseti advertiu que o combate à corrupção está longe de ser novidade e recordou a Operação Mosaico nos anos 1980, que levou à prisão do traficante Toninho Turco e à descoberta de um esquema de propina que envolvia diversas autoridades.
Na visão do superintendente, a história da PF,"polícia judiciária da União, nascida para combater a macrocriminalidade", não podia ser exitosa sem o arcabouço legislativo que se começou a instituir desde a Constituição de 1988.
Foi este instrumental novo, a exemplo da prisão temporária, do monitoramento telefônico, da quebra de sigilo bancário e fiscal, do programa de proteção a testemunhas, da lei da lavagem do dinheiro, da colaboração (ou delação) premiada, que veio criando um sistema penal e processual apto a combater o crime organizado.
José Carlos Blat, promotor criminal, defendeu a integração de todos os órgãos na guerra ao crime organizado. Segundo ele," é preciso unificar as três esferas de ação ", a criminal (o Ministério Público, a PF, as polícias), a cível e a administrativa, com a atuação da Receita Federal, da fiscalização, da apuração de improbidade etc.
Como primeiro integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), recordou sua luta contra a máfia dos fiscais em 1998, quando, segundo ele, esteve sob investigação" 70% da administração municipal ", e sua participação na Operação Anaconda, de 2003, quando se apurou ligação ilícita entre criminosos e membros do Poder Judiciário.
" Criar forças-tarefas permanentes e varas especializadas no Estado de São Paulo ", assegurou o promotor Blat, seria recurso indispensável no combate ao crime organizado.
Conflito e juventude
Na segunda etapa do seminário foi debatido a reforma econômica, social e financeira da cidade de Medellín, na Colômbia, pelo jornalista Waldheim Garcia Montoya, morador do local que tinha nos anos 2000 uma das mais altas taxas de homicídios, após a morte de um dos maiores traficantes, Pablo Escobar.
Montoya afirmou que perdeu muitos de seus amigos na época e que havia muitos grupos com ideais divergentes. Segundo ele," pobreza não se associa com violência "e o investimento na população deve ser prioridade máxima.
O jornalista contou que foi feito um acordo entre a administração da cidade e os principais chefes de crime, segundo o qual as crianças de Medellín ficariam proibidas de participar de qualquer milícia organizada.
O coronel José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, levantou estatísticas sobre a criminalidade e a mortalidade de jovens no Estado de São Paulo. Ele disse que há uma" dissuasão do sentido de autoridade da polícia "e apontou uma carência nas políticas na prevenção para evitar que os jovens ingressem no mundo do crime." Não temos uma política nacional de segurança pública ", resumiu o coronel. Também presente no seminário, o deputado Coronel Telhada (PSDB), que falou sobre o aprimoramento do crime organizado.
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